O grupo de trabalho de Minas e Energia e a direção da Petrobras acertaram nesta segunda-feira (28) como vão trocar informações sobre a empresa durante o processo de transição do governo. Os integrantes do GT se reuniram com Caio Mário Paes de Andrade, atual presidente da estatal, de forma remota. Ficou acertado, de pronto, o envio de ofício com lista de ativos que podem sair da lista de desinvestimento.
Segundo o relator do subgrupo Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do GT de Minas e Energia, Senador Jean Paul Prates (PT-RN), o encontro foi muito produtivo e cooperativo.
“Tratamos de assuntos preliminares, como confidencialidade de documentos e trocas de informações. Definimos ainda critérios de sigilo, classificação e tipos de dados bem como a forma como deverão circular. Estamos buscando todas as informações para nosso relatório, tendo, obviamente, todos os cuidados para evitar especulações indevidas e vazamento de informações”, disse.
O GT informou ainda que enviará, nos próximos dias, um ofício à empresa. “Temos vários processos de desinvestimento que a gestão atual da Petrobras está levando a cabo. Vamos destacar alguns que acreditamos deveriam ser suspensos, mas a administração atual da estatal é quem vai tomar a decisão que ela achar pertinente a respeito de cada caso”, disse.
No final da reunião, ficou acertada uma reunião presencial na sede da empresa. A previsão é de que ela ocorra no começo de dezembro.
Entre janeiro de 2019 e agosto deste ano, segundo dados da FUP, foram vendidos 63 ativos (67% do total até aqui), no valor de US$ 33,9 bilhões, incluindo subsidiárias estratégicas, como a BR Distribuidora, refinarias, campos de petróleo, terminais, gasodutos, termelétricas, usinas eólicas.
Pelo menos quatro refinarias continuam na lista de vendas da estatal: Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e Refinaria Alberto Paqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.
No caso de Pernambuco, a Petrobras precisa concluir o segundo trem de refino para tornar a refinaria vendável aos olhos de compradores. No plano de investimentos até 2026, a estatal aprovou aportes de US$ 1 bilhão até 2026 para concluir refinaria Abreu e Lima.
Participaram da reunião de hoje o presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade; o Diretor Executivo de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras, Rafael Chaves; o Diretor Executivo de Governança e Conformidade da Petrobras, Salvador Dahan; e Advogada Geral da Petrobras, Dra. Taísa Maciel.
De parte da equipe de transição, participaram o Coordenador do GT de Minas e Energia Maurício Tolmasquim, o Coordenador do Subgrupo de Petróleo, Gás e Biocombustíveis Senador Jean Paul Prates e os integrantes do GT William Nozaki, Magda Chambriard e Deyvid Bacelar.