A economia de Pernambuco deverá fechar 2022 com um discreto crescimento de 0,9%. Caso o resultado se confirme, a taxa será bem inferior a do Brasil, estimada em 3,1%. O desempenho mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado vem enfrentando dificuldade para se recuperar desde o baque sofrido com a pandemia da covid-19.
No ano passado, a recuperação em relação ao País já estava mais lenta. Enquato o PIB brasileiro avançou 5%, numa clara retomada após a queda de 3,3% em 2020; a taxa de Pernambuco ficou em 2,2% em 2021, ante o resultado negativo de 4,15% em 2020.
A projeção do PIB para o ano e o balanço até o 3º trimestre foi divulgado nesta quinta-feira (22) pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem). No 3º trimestre, a economia estadual creceu 1,7%, enquanto no acumulado de janeiro a setembro a taxa é de 1,1%.
O diretor de Estudos, Pesquisas e Estatística da Condepe/Fidem, Maurílio Lima, explica que a pandemia foi responsável por derrubar o avanço do PIB em todo o País, mas que Pernambuco vem apresentando uma recuperação mais lenta nos anos pós-covid.
"O PIB ainda sente os efeitos da pandemia. O setor de serviços, por exemplo, que representa mais de 70% do PIB, teve as maiores quedas na crise da covid-19. Além disso, segmentos que se tornaram âncoras da economia nos últimos tempos enfrentaram problemas. O setor automotivo sofre o impacto do desaquecmento da demanada mundial e a Refinaria Abreu e Lima tem realizados paradas na operação", detalha.
A expectativa da Condepe/Fidem é que uma recuperação mais consistente comece a acontecer em 2023. A previsão da Agência é que o PIB cresça entre 2% e 2,5%, levando em consideração a base de baixo crescimento e queda de anos anteriores.
"Acreditamos numa recuperação daqui pra frente porque o Plano Retomada (lançado pelo governo do Estado para alavancar a atração de investimentos, as obras de infraestrutura e os empregos) representa um PIB futuro, que vai aparecer mais adiante", aposta Lima.
PIB ACUMULADO E 3º TRIMESTRE
No 3º trimestre, quando ocrescimento do PIB pernambucano ficou em 1,7%, os setores e segmentos que apresentaram aumento foram agropecuária (13,3%), indpustria (5,7%) e indústria de transformação. As quedas mais significativas vieram da produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza (-12,3%); além de transportes (-6,3%), comércio (-3,8%) e construção civil (-2,0%).
O resultado do acumulado do ano, de janeiro a setembro, aponta quedas mais conssistentes. A indústria geral caiu 1,8%, enquanto a indústria de transformação ficou estagnada (0,6%). Comércio e construção civil caíram 4% cada um, enquanto a agropecuária cresceu (10,2%) e os serviços avançaram 1,3%.
Comentários