Peru retoma protagonismo em ceia de mais um Natal com tudo caro, porém boas vendas

Por conta do fim do período mais crítico de pandemia, vendas melhoraram nas padarias, mas preços ainda são gargalos
Lucas Moraes
Publicado em 23/12/2022 às 15:38
Natal - Ceia - Panetone - Pão - Vinho - Peru - Padaria - Ceia de Natal - Festas - Fim de Ano - Rabanada - Salpicão - Padaria Jaqueira - Padaria Nova Armada - Recife Foto: GUGA MATOS/JC IMAGEM


Mesmo com a renda ainda curta, os pernambucanos que conseguem fazer suas compras de Natal terão uma ceia mais farta neste ano de 2022. Nas padarias do Recife, o otimismo com as vendas traz expectativa de crescimento entre 10% a 20% nos pedidos em geral, com destaque para o retorno daquele que sempre foi o protagonista da ceia natalina: o peru.

A busca pela carne de peru não significa que a iguaria esteja mais barata, pelo contrário; o preço subiu. Segundo o IBGE, 7,9% (avanço do grupo aves). O peru, entretanto, passou a ter uma disputa mais linear com a alternativa que costumava ser muito mais barata: o chester. Por óbvio, as vendas melhoraram se comparadas com o baixo patamar registrado nos últmos dois anos de pandemia, mesmo com os preços ainda pressionando o bolso do consumidor.

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O que aumentou no Natal
Preço dos produtos compras de última hora

De acordo com a pesquisa de preços do Procon-PE, o quilo da ave tipo chester já pode ser encontrado pelo preço máximo de R$ 27,49, enquanto o quilo do peru sai no máximo por R$ 31,49 na Região Metropolitana do Recife.

“O peru este ano vai ser o carro-chefe. Em outros anos, o pessoal procurava mais um chester, porque no bolso do cliente terminava cabendo melhor, mas já temos sentido esta mudança neste ano”, diz a administradora da panificadora Nova Armada, no bairro da Torre, Manoella Vilaça. Ela reforça que as vendas da ave natalina estão sendo “uma surpresa”.

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O produtor acompanhou a demanda pela carne de peru crescer no Brasil até o ano de 2012. De lá até 2021, a produção brasileira registrou uma queda de quase 65%, passando de 442 mil toneladas para 157 mil toneladas por ano, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal. Com produção menor, e demanda localizada, a tendência é os preços manterem-se altos.

“Acho que como as ceias estavam menores (por conta da pandemia), as pessoas optaram por fazer (ceias) com chester. Este ano o peru voltou e está sendo mais vendido que o chester”, corrobora Juliana Wolfenson, da Padaria Jaqueira, na Zona Norte da capital.

O QUE AUMENTOU NO NATAL

De acordo com a FGV Ibre, para além do Peru, a inflação do Natal, que ficou em 11,03% este ano frente a 2021, teve a alta puxada pelos alimentos para a ceia, com variação média de 16,48%.

Entre os destaques, cebola, que subiu 167,62% nos últimos 12 meses, frutas (38,82%), farinha de trigo (30%), maionese (29,93%), batata inglesa (29,92%), ovos (20,08%) e o leite longa vida, que apesar das recentes quedas em seu preço desde setembro, ainda acumula alta em 12 meses de 18,75%. O único produto da cesta que teve redução de preço foi o arroz (-1,63%).

“Tudo aumentou, os preços estão mais altos: dos assados, acompanhamentos… Tivemos inflação alta e ainda sentimos isso no setor de alimentos, inclusive no peru. Mas há uma equivalência em relação ao ritmo de alta do chester”, explica Juliana.

A carestia, aliás, atingiu mais forte outros produtos que compõem a ceia natalina, a exemplo dos laticínios. Ainda assim, o ímpeto de celebração das famílias, após dois anos com medidas restritivas, tem falado mais forte. A despeito dos preços, a procura tem sido grande por encomendas de assados, cestas natalinas e tantos outros itens.

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Preço dos produtos compras de última hora

“A procura está bem maior por encomendas do que nos últimos dois anos, mais de 10%”, diz Manoella. Ela admite que este é o primeiro ano em que a padaria administrada por ela não conseguiu segurar um aumento de preços.

“Nosso percentual no preço é o mesmo, mas os fornecedores não abriram mão e não deram desconto. Veio bem mais salgado para nós e o consumidor”, detalha.

Na padaria, a aposta segue sendo nas compras de última hora, que representam cerca de 70% das vendas. Para os clientes, a garantia é de menu completo na véspera de Natal.

Na Padaria da Jaqueira, as encomendas encerraram na quinta-feira (22), mas não falta estoque para dar conta dos pedidos feitos na véspera pelos clientes. Na padaria, o quilo do Peru custa R$79,90/Kg. O chester, R$77,90/Kg. o panetone de frutas tradicional por ser comprado por R$49,50/Kg. Uma tábua de frios, com variedade de queijos, sai por R$140,00/Kg.

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