Moda sustentável do Pina e de Brasília à venda em vitrine digital no RioMar

Coletivo Pinosa Moda Sustentável, apioado pelo Instituto JCPM, expõe coleção de roupas e acessórios para comercialização no RioMar. Artistas são do Pina e de Brasília Teimosa
Adriana Guarda
Publicado em 06/01/2023 às 17:32
Moda sustentável do Pina e de Brasília Teimosa é vendida em vitrine virtual no Riomar Foto: RENATO RAMOS / JC IMAGEM


Quem circula pelo piso L2 do RioMar, quase em frente à C&A, depara-se com duas vitrines de roupas e acessórios com pegada sustentável, que chamam a atenção de quem passa. São peças de seis artistas do Pina e de Brasília Teimosa, que integram o coletivo Pinosa Moda Sustentável. 

RENATO RAMOS / JC IMAGEM - Moda sustentável do Pina e de Brasília Teimosa é vendida em vitrine virtual no Riomar

Dispostas nas vitrines digitais, cada peça traz um QR Code, que leva o consumidor às redes sociais dos artistas, onde é possível conhecer a história das marcas, acessar outras peças das coleções e comprar os produtos. O espaço no RioMar garante visibilidade e contribui para a comercialização dos produtos, que ficarão disponíveis nas vitrines até o final de janeiro.  

"Estamos em pleno piso L2 do RioMar, ao lado de grifes nacionais e internacionais. Isso é uma grande oportunidade para nós, um privilégio, um luxo", diz Risoneide Moraes, criadora da marca Mytella. Assim como a artista de Brasília Teimosa, que desenvolve suas biojóias à base de cascas de sururu, os demais criativos do Pinosa tiveram apoio do Grupo JCPM, por meio do seu braço social, o Instituto JCPM. A iniciativa também conta com parceria do RioMar e da empresa Roda.

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O trabalho com o grupo começou em junho de 2021 e passou por várias etapas. Os artistas do Pinosa (nome criado por eles que mistura Pina e Brasília Teimosa) compartilham da preocupação em produzir de forma sustentável.

Fazem parte do Pinosa: Thiago Amaral, com a marca de thi (@coisasdethi); Luciana Silva, Moda Mangue (@modamanguebiojoias); Cleyse Amaral, com a Lady Cya (@lady.cya); Tiago Salvador, com Timóteo (@timoteoinsta); Patrícia Souza, com a Maré (@mare_clothing); e Risoneide Morais, com Mytella (@mytelladesign). 

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A gerente de sustentabilidade do Grupo JCPM, Thayara Paschoal, conta que os artistas foram passando por um processo de profissionalização e fortalecimento de suas marcas. "O Instituto JCPM contribuiu com o assessoramento para melhorra as redes sociais, os canais de venda e a identidade de marca. A Roda fez um trabalho institucional de sete meses com eles, orientando sobre precificação, seleção de matéra-prima, técnicas de modelagem e criação de coleção. Já o RioMar contribuiu com a comercialização e a visibilidade", reforça.  

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Os empreendedores receberam um crédito semente para comprar material e impulsionar a pordução de suas coleções. Em setembro de 2021 exibiram suas peças para o grande público no evento Passarela RioMar.

Em novembro de 2022 tiveram a oportunidade de encontrar presencialmente com seus clientes na ExpoPreta, priemeira feira da afroempreendedorismo realizada pelo RioMar. E agora têm, mais uma vez, a oportunidade de vender suas coleções nas vitrines digitais do shopping. 

"Eu sempre fui uma fã do Instituto JCPM, pela proximidade com as comunidades de Brasília e do Pina. O assessoramento do IJCPM, da Roda e as vendas no RioMar permitiram sofistificar o conceito da minha marca. Hoje eu utilizo a prata como uma das bases para fazer brincos, colares, anéis e pingentes de casca de sururu", afirma Risoneide, da Mytella. O nomenclatura da marca, aliás, é o nome científico do sururu. 

Professora estadual de geografia e educação ambiental em Brasília Teimosa há 30 anos, Risoneide tem uma trabalho com a comunidade para evitar que as cascas do sururu sejam descartadas inadequadamente e poluam o meio ambiente. Na escola, o sururu é misturado ao gesso e vira artesanato.

Na Mytella, a casca de sururu é higienizada, masserada e misturda à resina para se transformar em biojóias. O valor das peças varia de R$ 50 (no caso de um anel), até R$ 700 para um bracelete de prata mais trabalhado.

"Na ExpoPreta descobri que meu público era mais jovem do que eu imaginava. Quando as pessoas entendem o conceito sustentável da marca passam a ter mais interesse", comemora Risoneide, de 64 anos.   

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Moradora do Pina, Cleyse Amaral, de 27 anos, fez faculdade de moda no Senac e tinha o sonho de criar a própria marca. Acabou desenvolvendo a Lady Cya, que ficou conhecida na comunidade pelo design de um divertido bumbum.

"Eu criei essa marca desde a época da universidade e as clientes adoraram. Quando mandava as peças sem a etiqueta da bundinha as clientes reclamavam", conta. Ela explica que a marca se posiciona na moda urbana, no movimento de rua.  

Cleyse diz que a Lady Cya existe há 3 anos e meio, mas que a virada aconteceu a partir da entrada no Pinosa e da parceria com o IJCPM, Roda e RioMar. "Eu consegui mudar e melhorar o conceito da minha marca, aprender sobre preço, construção de imagem e várias outras coisas. Sem falar na visibilidade gigantesca de vender no RioMar. Eu me senti verdadeiramente privilegiada em trazer a Lady Cya para o shopping", ressalta.   

Na ExpoPreta, a Lady Cya vendeu quase todas as peças que levou para a feira. "Trouxe uma sacola gigante e voltei apenas com seis peças", recorda. A marca aproduz peças como croppeds (os queridinhos da clientela), calças, tops, saias, macacões, bonés e bolsas. Os preços variam de R$ 40 (um cropped) até R$ 139 (um macacão).  

A jovem empreendedora sonha em se tornar referência em moda no Recife e fazer uma exposição de suas roupas em parceria com artistas locais. "Queria estampar nas minhas peças o trabalho de artistas que admiro, com o artista plástico, Jeff Alan", revela. O artista visual pernambucano Jeff Alan ficou conhecido por retratar pessoas anônimas da cidade. 

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A empreendedora Luciana Silva, da marca Moda Mangue, brinca que vende jóias marinhas, que a natureza criou. A história da marca começou há 10 anos, a partir da ONG Escola Mangue, com propósito socioambiental de cuidar do lixo e evitar o descarte inadequado dos restos da pesca. Começaram fazendo biquíni com peles de peixe e foram se readequando até descobrir as biojóias.

"Se não for ajudar, é melhor não ficar no blá blá bla. Precisamos colocar amão na massa e contribuir com a sustentabilidade. Fazer parte do Pinosa nos ajudou a descobrir os caminhos da moda, com toda a importância e a força que ela tem", afirma Luciana. 

A Moda Mangue reaproveita resíduos de vários peixes, além de conchas de ostras e videiras, que são tingidas, cortadas e trabalhadas para se transformar em brincos, colares e outras peças. 

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O Pinosa é um exemplo inspirador de artistas de comunidades que empreendem, contribuindo para transformar o ambiente onde vivem sob uma perspectiva sustentável e em busca de um mundo melhor.   

 

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