Estadão Conteúdo
A Rothschild & Co vai atuar como interlocutora na renegociação da dívida da Americanas SA no Brasil e no exterior. A informação foi dada pela companhia via fato relevante publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No documento consta que o Conselho de Administração da varejista deliberou sobre a contratação em reunião realizada nesta segunda-feira (16).
Em nota encaminhada ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a Americanas acrescenta "que reforça seu compromisso na busca de uma solução de curto prazo com os seus credores".
"Todos os órgãos sociais (conselho, diretoria e comitês) estão trabalhando conjuntamente com o objetivo de manter as operações da companhia de forma adequada e apoiar os trabalhos do Comitê Independente."
E finaliza na nota: "O Conselho de Administração, tão logo se deu conta das inconsistências contábeis, sinalizou o compromisso em divulgar a apuração e o trabalho de retificação dos números, com seu auditor externo atual. A Americanas passa a ter a Rothschild & Co no Brasil e internacionalmente, representando a empresa na construção de um diálogo franco e aberto, preservando o peso que a empresa tem, tanto com sua função social, como na participação da economia do país."
A Americanas pediu e conseguiu na Justiça proteção contra credores que queiram antecipar o pagamento de dívidas. O juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, concedeu uma tutela cautelar para suspender vencimentos antecipados e efeitos de inadimplência da companhia.
Após essa decisão, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) deu 30 dias corridos para a Americanas entrar com pedido de recuperação judicial. O processo corre em segredo de justiça e foi obtido pelo Estadão/Broadcast.
O pedido da Lojas Americanas se deu porque as inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões comunicadas pela empresa podem levar ao vencimento antecipado de R$ 40 bilhões em dívidas, segundo alegação da varejistas ao TJRJ.
"Essas inconsistências, na avaliação das Requerentes, exigirão reajustes nos lançamentos da Companhia, o que poderá impactar nos resultados finais divulgados nos respectivos exercícios anteriores, com alteração do grau de endividamento da empresa e/ou volume de capital de giro, implicando, por via reflexa, no descumprimento de "covenants financeiros" previstos em contratos, inclusive estrangeiros, acarretando o vencimento antecipado e imediato de dívidas em montante aproximado de R$ 40 bilhões", consta na decisão do juiz.
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