MUDANÇAS

DEMISSÕES NA FORD: montadora americana eliminará 3.800 empregos na Europa nos próximos três anos

A alegação da Ford para promover as demissões é de que precisa aumentar a competitividade e concentrar as atividades nos futuros modelos elétricos

Cadastrado por

Filipe Farias

Publicado em 14/02/2023 às 10:03 | Atualizado em 14/02/2023 às 10:13
A Ford afirmou que as demissões devem revitalizar os negócios na Europa e levar a Ford a competir no mercado com maior rentabilidade - Reprodução do Twitter / @Ford

Da AFP

A montadora americana Ford anunciou nesta terça-feira (14) que vai suprimir 3.800 postos de trabalho nos próximos três anos na Europa, 3.600 deles na Alemanha e no Reino Unido, com alegação de que precisa aumentar a competitividade e concentrar as atividades nos futuros modelos elétricos.

A empresa informou que serão cortados 1.700 cargos na área de desenvolvimento de produtos e 600 na área administrativa na Alemanha. No Reino Unido, 1.000 funcionários da divisão de desenvolvimento e 300 da administração serão demitidos.

A montadora não mencionou os outros países que serão afetados por 200 demissões. "São decisões difíceis, que não são tomadas de ânimo leve", declarou Martin Sanders, diretor geral da Ford Model para a Europa. "Reconhecemos a incerteza que cria em nossas equipes e garanto que ofereceremos todo o nosso apoio nos próximos meses", acrescentou Sanders.

A empresa afirmou que a decisão pretende revitalizar os negócios na Europa e levar a Ford a competir no mercado com maior rentabilidade. Os cortes acontecerão ao longo de três anos e devem começar com um programa de demissão voluntária.

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De modo paralelo, a Ford reduzirá o número de modelos desenvolvidos para a Europa e se concentrará nos modelos elétricos e na rentável venda de furgões. Como consequência, as equipes de design de veículos serão reduzidas pela metade.

A marca alcançou o equilíbrio financeiro no mercado europeu em 2022, com 516.614 veículos novos vendidos e uma participação de mercado de 4,6%. O diretor financeiro do grupo, John Lawler, havia indicado no início de fevereiro que a Ford teria que fazer "mudanças necessárias" para rentabilizar suas vendas na Europa, em um cenário de instabilidade econômica e de demanda.

A montadora anunciou no ano passado que cortaria milhares de empregos nos Estados Unidos e na Índia, para converter suas fábricas.

VEÍCULOS ELÉTRICOS

A Ford está em plena corrida para o desenvolvimento dos veículos elétricos, uma tecnologia que exige uma modernização completa das fábricas existentes e na qual a empresa pretende investir 50 bilhões de dólares até 2026.

A transformação também acontece porque a União Europeia (UE) proibirá a venda de carros novos a gasolina e diesel a partir de 2035. As fábricas europeias da Ford empregam atualmente 34.000 pessoas, do Reino Unido à Turquia.

O anúncio da montadora coincide com um momento de temor de transferência da indústria automotiva na Europa, depois que o governo dos Estados Unidos adotou subsídios significativos para os veículos elétricos fabricados no seu território, como parte do plano econômico previsto na Lei de Redução da Inflação (IRA na sigla em inglês).

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