A economia de Pernambuco quase não cresceu em 2022. Diferente do Brasil, que apresentou um avanço de 2,9% no Produto Interno Bruto (PIB), o Estado registrou um discreto crescimento de 0,7%.
O resultado, divulgado na quinta-feira (9) pela Agência Condepe/Fidem, mostra que a recuperação do PIB pernambucano, após a pandemia da covid-19, não vem acompanhando o mesmo ritmo do nacional. O desempenho dos setores sinaliza que as famílias ainda não voltaram a consumir como antes nem os investimentos conseguiram dinamizar a economia.
A indústria foi uma das responsáveis pelo resultado morno da economia em 2022. O setor em geral registrou queda de 2,6% no ano, influenciado pela estagnação da indústria de transformação (0,6%), pela dificuldade de recuperação da construção civil (-3,5%) e pela derrocada da produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana (-11,4%).
"A crise hídrica de 2021 fez com que as termelétricas de Pernambuco fosssem acionadas para compensar a baixa produção das hidreléricas. No ano passado, as chuvas permitiram um aumento da produção das hidrelétricas (que boa parte ficam na Bahia) e as termelétricas não precisaram ser acionadas", explica o diretor de Estudos, Pesquisas e Estatística da Condepe/Fidem, Maurílio Lima.
Enquanto em 2021, o segmento de produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana cresceu 11%; em 2022 apresentou queda de 11,4% e comprometeu o resultado geral da indústria.
Ainda na análise do setor industrial, uma tendência nacional reverberou em Pernambuco: a redução na produção da indústria automotiva. "A fábrica da Jeep no Estado, que tem uma participação importante no PIB, apresentou uma queda de 7,6% em 2022", observa Lima.
SERVIÇOS TEVE AVANÇO PEQUENO
Quem conhece a economia pernambucana sabe que o setor de serviços responde por mais de 70% do PIB (74,1%) do Estado. No ano passado, atividade em geral cresceu apenas 1,2%, com metade dos segmentos apresentando avanços e a outra metade queda.
Na lista dos que cresceram estão administração, saúde e educação públicas (2,3%); atividades imobiliárias e aluguéis (1,6%) e outros serviços (0,5%). Do lado dos que caíram estão transporte, armazenagem e correio (-0,1%); intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados (-3,1%) e comércio (-3,2%).
PREVISÃO PARA 2023
O diretor do Condepe/Fidem diz que a mudança de gestão no âmbito estadual e federal poderão contribuir com a melhora do PIB de Pernambuco em 2023. "Acreditamos que a adoção de políticas públicas indutoras do crescimento econômico poderão mudar a realidade atual", defende.
Para este ano, o Condepe/Fidem aposta que o crescimento do PIB deve ficar entre 2% e 2,5%. Para 2022, a Agência havia projetado uma taxa de 0,9% e o resultado fechou próximo, em 0,7% .
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