Pernambuco foi o primeiro Estado do Nordeste a ter uma unidade regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) no Brasil. No dia 16 de abril de 1943 tomou posse o Conselho Regional do Senai, iniciando a trajetória da instituição no Estado. De lá para cá, já se passaram oito décadas de serviços prestados à indústria, de contribuição à formação profissional e de estímulo ao desenvolvimento pernambucano.
Os 80 anos do Senai serão comemorados na quarta-feira (26), junto com a inauguração do Observatório da Indústria. O evento acontece a partir das 17h30, no auditório térreo da Casa da Indústria, em Santo Amaro. O presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) e do Conselho Regional do Senai, Ricardo Essinger, comanda a comemoração dos 80 anos, junto com a diretora regional do Senai, Camila Barreto.
Para celebrar a data, o JC publica uma reportagem especial, relembrando a história da instituição, sua importância na transformação da vida das pessoas, como acompanhou o desenvolvimento industrial e os desafios para o futuro. Também na quarta-feira, Camila Barreto participa do Debate da Super Manhã, na Rádio Jornal, ancorado por Natalia Ribeiro.
"Na época em que foi fundado, o Senai tinha o objetivo específico de trabalhar a formação de mão-de-obra para a indústria. A primeira escola foi a de Areias e tinha cursos como o de torneiro mecânico, que atendia à capacitação técnica necessária à época. Ao longo do tempo, os cursos foram evoluindo para se adequar às mudanças na indústria. Hoje trabalhamos com técnico em automação, mecatrônica e outros", destaca Camila.
Cursos tradicionais como os de mecânica, eletrotécnica e outros foram mantidos, mas foi necessário apostar em renovação com opções como energias renováveis (instalação e manutenção de placas solares), desenvolvedores de sistemas em TI e outros.
"Nos 80 anos do Senai também comemoramos os 10 anos do Instituto Senai de Inovação (ISI). A partir dele, deixamos de oferecer apenas educação técnica para a indústria e passamos a apostar em tecnologia e consultoria para melhorar a competitividade do setor. Temos cinco laboratórios de metrologia e trabalhamos com pesquisa aplicada. Os projetos de inovação que desenvolvemos viram protótipos e produtos", ressalta a diretora regional do Senai.
Enquanto a indústria pernambucana foi se transformando, o Senai foi atualizando seu portfólio de educação para manter um perfil adequado à necessidade do setor, mas também ampliando o seu escopo de atuação com consultoria, metrologia e, principalmente, inovação. "A inovação é essencial para aumentar a competitividade e permitir a inserção no mercado em um mundo globalalizado", alerta Camila Barreto.
Ao longo de 80 anos, a estrutura do Senai em Pernambuco foi crescendo e se consolidando. A instituição conta com dez escolas distribuídas por todas as regiões do Estado: Santo Amaro, Ipojuca, Paulista, Areias, Cabo de Santo Agostinho, Goiana, Belo Jardim, Caruaru, Araripina e Petrolina.
Em 2022, o Senai fechou seu balanço com um número de 83 mil alunos matriculados e investimento da ordem de R$ 17,7 milhões. Nos últimos cinco anos, a unidade regional de Pernambuco aparece entre os três melhores Estados na formação nacional. Pernambuco também é reconhecido pela alta empregabilidade dos alunos que saem dos seus cursos, alcançando 82% no ano passado. O desafio é continuar construindo o futuro da indústria junto com ela.