No Brasil, pelo menos 60 milhões de pessoas têm sua renda calculada com base no salário mínimo. Neste 1º de Maio, em que se comemora o Dia do Trabalhador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anuncia o novo mínimo de R$ 1.320. Mais do que o valor, o ganho de R$ 18 marca a retomada da política de valorização do salário mínimo no País.
Nos últmos seis anos, durante as gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o salário mínimo não teve ganho real. Em pronunciamento em rede nacional para falar sobre o Dia do Trabalhador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o aumento no valor do salário mínimo e disse reafirmou que a valorização será permanente.
"Vou encaminhar um projeto de lei (PL) ao Congresso Nacional para que a política de valorização do salário mínimo volte a existir e que o valor seja reajustado acima da inflação, como aconteceu nos meus governos", afirmou, destacando que o mínimo cresceu 74% acima da inflação durante as suas gestões.
“É preciso lembrar que a valorização do salário mínimo não é essencial apenas para quem ganha salário mínimo. “Com mais dinheiro em circulação, as vendas do comércio aumentam, a indústria produz mais. A roda da economia volta a girar, e novos empregos são criados", destacou Lula.
O presidente também aproveitou para criticar o governo de Bolsonaro. “Vocês se lembram das conquistas que tiveram quando governamos o Brasil. Geração recorde de empregos. Salário mínimo crescendo acima da inflação. Direitos trabalhistas garantidos. Tudo piorou nos últimos anos. O emprego sumiu. Os salários perderam poder de compra. A inflação subiu. Os juros dispararam. Direitos conquistados ao longo de décadas foram destruídos de um dia para o outro. Poucas vezes na história o povo brasileiro foi tratado com tanto desprezo, e teve tão pouco a comemorar", afirmou.
O presidente encerrou seu pronunciamento dizendo que a partir de agora o povo tem o que comemorar. “Podem estar certos de que o esforço do seu trabalho será cada vez mais reconhecido e recompensado. E o Primeiro de Maio, que sempre foi um dia de luta, voltará a ser também um dia de conquistas para o povo trabalhador", concluiu.
Na quinta-feira (27), durante reunião com centrais sindicais, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e da Fazenda, Fernando Haddad, explicaram como será a política de valorização do mínimo.
O projeto de lei vai estabelecer que o reajuste do mínimo levará em conta a inflação (medida pelo INPC) mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) consolidado, considerando os dois anos anteriores. A política é a mesma que vigorou nos governos anteriores do PT.
As centrais sindicais queriam o salário mínimo no valor de R$ 1.391 já para este ano, como forma de compensar as perdas dos trabalhadores durante a gestão de Jair Bolsonaro, que não concedeu aumento real do benefício ao longo de seu mandato. Apesar disso, não houve acordo com a equipe econômica, que alegou o cenário difícil deixado pelo antecessor para oferecer esse valor.
As centrais sindicais de Pernambuco (CUT, CTB, UGT, Força Sindical, Intersindical e Nova Central) promovem um ato unificado nesta segunda (1º). O evento começa a partir das 10h, na Praia do Pina, em frente ao Cassino Americano, próximo do Edifício JCPM.
O Ato contará com várias atrações musicais e a presença de lideranças sindicais de Pernambuco.
Na lista de pautas apontadas pelas lideranças sindicais estão a queda da taxa de juros, ganho real para o salário mínimo, fim do endividamento das famílias, aposentadoria digna, igualdade de oportunidades para gêneros e raças no mercado de trabalho, valorização de serviço público, a revogação do novo ensino médio e reafirmação da defesa da democracia.