DÍVIDAS EM PERNAMBUCO: pernambucanos comprometem oito meses do ano com dívidas

O tipo de dívida predominante entre as famílias pernambucanas de menor renda relativa segue sendo o cartão de crédito
Lucas Moraes
Publicado em 13/07/2023 às 18:16
Endividamento e inadimplência oneram parte da renda mensal das famílias e restringem o consumo Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil


A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no recorte da Fecomércio Pernambuco para o mês de junho, aponto que atualmente 432 mil pernambucanos possuem dívidas com cartão de crédito, financiamentos, carnês e crédito pessoal, sendo que 162 mil pernambucanos têm contas atrasadas. O tempo médio de comprometimento da renda com endividamento já chega a oito meses.

Os tipos de dívidas predominantes entre as famílias pernambucanas de menor renda relativa (aquelas cujo orçamento familiar é de até 10 salários-mínimos) seguem sendo o cartão de crédito (92,6%), carnês (29%) e crédito pessoal (7,3%). Esses percentuais refletem a facilidade de empréstimo pré-aprovado no cartão de crédito; já os carnês são atrativos porque os varejistas muitas vezes não incluem acréscimo de juros no pagamento parcelado.

O crédito pessoal, por sua vez, corresponde a empréstimos ou linhas de crédito oferecidas por instituições financeiras, como bancos ou empresas de crédito. Essas dívidas podem ser utilizadas para diversos fins pessoais, como pagamento de despesas médicas, reformas em casa, compra de bens duráveis ou até mesmo para cobrir necessidades básicas.

Endividamento e inadimplência oneram parte da renda mensal das famílias e restringem o consumo, por isso a preocupação em reduzir ao máximo o tempo de atraso das dívidas e o número de inadimplentes, garantindo uma melhor saúde financeira dos domicílios.

O tempo médio de comprometimento com dívidas em Pernambuco é de oito meses, enquanto o tempo médio de contas em atraso é de 60 dias em Pernambuco, e 63 dias quando observamos todo o Brasil.

Os devedores em atraso podem enfrentar dificuldades financeiras, reduzindo sua capacidade de gastar e ocasionando às empresas dificuldades no fluxo de caixa, dado o impacto negativo do endividamento e da inadimplência no gasto. 

O economista da Fecomércio, Rafael Lima, destaca que há uma expectativa positiva em relação ao programa Desenrola, que recentemente teve sua portaria publicada e em breve iniciará suas operações.

"Essa iniciativa tem como objetivo promover a renegociação das dívidas, beneficiando especialmente o setor varejista ao trazer de volta consumidores anteriormente restritos devido à inadimplência."

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) tem por objetivo diagnosticar o nível de endividamento e inadimplência do consumidor E apurar o percentual de inadimplentes, a intenção de pagar dívidas em atraso e o nível de comprometimento da renda.

A PEIC define, ainda, que a potencial inadimplência é a expectativa dos devedores de não pagarem suas dívidas no mês subsequente ao levantamento. Já o atraso no pagamento (inadimplência) é o ato de não cumprir efetivamente os compromissos assumidos com o endividamento. 

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