Nesta quinta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará em Pernambuco para anunciar investimentos na conclusão da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo de Suape, em Ipojuca. A expectativa é que, no pico a construção em 2025, a retomada do empreendimento vai gerar 10 mil empregos diretos e outros 30 mil indiretos.
Um dos desafios da Petrobras nesse recomeço é encontrar mão-de-obra qualificada em Pernambuco para concluir a unidade de refino. A construção da Abreu e Lima, inaugurada em dezembro de 2014, chegou a ter 50 mil trabalhadores na fase de pico, com profissionais de todos dos cantos do País. Na época, um grande esforço de qualificação foi realizado para transformar homens e mulheres das mais diversas categorias em profissionais da indústria pesada.
Com a desmobilização da obra em 2014, esse profissionais tiveram que se reinventar. Voltaram para seus Estados e países de origem, viraram motoristas de aplicativos, ambulantes, donos de pequenos negócios e empregados das mais diversas áreas. Agora, a Petrobras quer saber onde eles estão, na tentativa de reaproveitar essa mão-de-obra qualificada.
PROCURA-SE QUEM TRABALHOU NA RNEST
Durante coletiva de imprensa para explicar os investimentos que Lula vai anunciar nesta quinta, o gerente-geral da Refinaria Abreu e Lima, Márcio Maia, revelou que existem iniciativas em andamento para localizar os ex-funcionários das empresas que trabalharam na construção do primeiro trem (primeiro conjunto de unidade da Rnest).
"Estamos fazendo um traballho, em parceria com a área de responsabilidade social da Petrobras, junto com os municípios de Ipojuca e do Cabo de Santo de Agostinho, além da juntamente com a Secretaria de Emprego do Estado (Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo) para tentar localizar as pessoas que estiveram com a gente na obra. Na aprimeira etapa teve um pico de 50 mil pessoas. Temos iniciativas já tratadas com a Sedepe de encaminhamento de alguns CPFs para localizar essas pessoas que já estiveram com a gente", adianta Maia.
QUALIFICAR NOVOS PROFISSIONAIS
O gerente afirma que é de interessse da Petrobras e das empresas que vão trabalhar com a empresa de ter essas pessoas qualificadas presentes na segunda etapa de construção da refinaria. Além dos profissionais que já passaram pela obra, a estatal está lançando o programa Autonomia e Renda, que tem proposta de qualificar mão-de-obra.
"É um programa de R$ 350 milhões em 4 anos, que tem o objetivo nesta fase inicial de criar oportunidade de capacitação para 7 mil pessoas. Serão 10 mil empregos diretos na fase de pico, especificamente em Pernambuco. A iniciativa quer garantir que as pessoas estejam aptas para participar dos processos seletivos das empresas contratadas e das que estão participando do processo licitatório para atuar na construção. É de total interesse nosso trazer de volta as pessoas que já estiveram com a gente, porque são profissionais qualificados e daqui do Estado de Pernambuco", destaca Márcio Maia.
DESSA VEZ SÓ DE PERNAMBUCO
O secretário de Desenvolvimento econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, lembrou o enorme trabalho de formação profissional realizado no Estado para garantir mão-de-obra qualificada para os grandes emapreendimentos que se instalaram em Suape.
"Na época tudo aquilo parecia ser uma montanha grande demais para ser escalada, mas entregamos um resultado incomum, que foi reconhecido pela Petrobras e demais indústrias. Dessa vez não será necessário importar pessoal de fora do Estado, mas será necessário reacessar esse cadastro de profissionais", diz.
CRUZAMENTO DE CADASTRO
O governo Federal afirma que também está empenhado em localizar a mão-de-obra que trabalhaou na refinaria e em outros grandes empreendimentos para que possa ser reaproveitada na nova fase de construção da Rnest.
"Estamos fazendo um esforço de reunir os cadastros de profissionais. Também estamos fazendo o cruzamento das bases de dados de egressos de escolas técnicas e universidades com a Rais para saber se essas pessoas já tiveram alguma experiência nas ocupações que serão geradas", destaca o secretário adjunto da Secretaria de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Rogério de Veiga.