O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates foi demitido nesta terça-feira (14). O próprio Prates informou a seus diretores sobre a demissão e confirmou que Magda Chambriard, que foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff, será a nova presidente da Petrobras.
Em comunicado, a Petrobras apenas informou que recebeu nesta noite (14) "de seu Presidente, Sr. Jean Paul Prattes, solicitação de que o Conselho de Administração da Companhia se reúna para apreciar o encerramento antecipado de seu mandato como Presidente da Petrobras de forma negociada. Adicionalmente, o Sr. Jean Paul informou que, se e uma vez aprovado o encerramento indicado, ele pretende posteriormente apresentar sua renúncia ao cargo de membro do Conselho de Administração da Petrobras. Fatos julgados relevantes serão tempestivamente divulgados ao mercado".
DIVERGÊNCIAS ENTRE O GOVERNO E PRATES NA PETROBRAS
À frente da Petrobras, Prates vinha sofrendo um processo contínuo de desgastes. O principal atrito ocorreu em meio ao impasse sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Prates defendia a proposta da diretoria de distribuir aos acionistas 50% dos recursos após o pagamento dos dividendos regulares.
Havia ainda pressão de dentro do governo para a demissão. Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), teriam dito a Lula que Prates não tinha mais condições de permanecer à frente da Petrobras.
QUEM É JEAN PAUL PRATES
Jean Paul Terra Prates tem 54 anos, é advogado, formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Mestre em Economia e Gestão de Petróleo, Gás e Motores pelo Instituto Francês do Petróleo (IFP School) e Mestre em Política Energética e Gestão Ambiental pela Universidade da Pensilvânia. Foi membro da assessoria jurídica da Petrobras Internacional S.A. - Braspetro, editor da Revista Oil & Gas Journal Latinoamericana e Diretor Executivo da Expetro Consultoria em Recursos Naturais Ltda., a maior consultoria de petróleo nacional durante os anos 1990 e 2000, quando coordenou projetos de diversas empresas públicas e privadas, nacionais e internacionais. Como Secretário de Estado de Energia do Governo do Rio Grande do Norte levou o estado à autossuficiência energética e à liderança nacional em geração eólica.
Foi recentemente reconhecido como um dos três mais influentes no setor de energia renovável no Brasil, e uma das 50 personalidades mais importantes do setor energético mundial, pelas duas principais revistas internacionais especializadas em energia – Recharge (europeia) e Windpower (americana). Também foi eleito um dos 25 mais influentes da indústria eólica mundial pela revista Windpower.