Com evolução do código de barras, QR Code chega até receitas médicas e atualiza rótulos de produtos
Pernambuco foi pioneiro no uso de QR Code com GS1 Digital Link, quando em 2022 a Parla Deli fez a priemira leitura comercial do código no País
Com a previsão de transição do código de barras para o QR code até 2027, varejistas e também os consumidores entram numa nova era informativa da disponibilização de dados para favorecer as escolhas de produtos e o direcionamentos das cadeias produtivas a nível mundial. Capaz de agregar um conjunto maior de informações a partir de sua leitura, o código 2d (QR code) conecta os consumidores a fabricantes e produtores com informações que prometem elevar a experiência de compra e agregar valor para estratégias de marketing e vendas a partir do uso de diversos dados.
Pernambuco foi pioneiro no uso dessa tecnologia, quando, em 2022, a Parla Deli foi pioneira no Brasil na leitura do Código 2D com GS1 Digital Link, avançando em relação à substituição do código de barras. Desde então, o uso do código vem numa crescente, estimulada inclusive por serviços, como na área de saúde, com a possibilidade de QR Code para receitas médicas personalizadas, em substituição à ilegível letra de alguns médicos, constantemente alvo de queixas de pacientes.
De acordo com João Carlos de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, a criação do QR Code Padrão GS1, “abre um novo caminho para o cadastro de informações detalhadas dos produtos”. “A partir de um scanner na loja ou celular, o QR Code Padrão GS1 cria novas oportunidades para melhorar as operações de negócios, as experiências do consumidor, a segurança de um paciente e as iniciativas de sustentabilidade. Quem sair na frente agora terá grande vantagem nos negócios”, afirma.
‘AVALANCHE DE DADOS’
Lido pela primeira vez em 1974, o código de barras conta com mais de 1 bilhão de itens identificados, sendo digitalizados mais de 10 bilhões de vezes diariamente. Cinquenta anos depois, o Brasil e o mundo vivem o processo de transição para o QR Code, que estima-se estar em seu ápice no ano de 2027. Diferente do código linear (de barras), o QR Code abre possibilidades para, a partir de sua leitura, haver acesso a instruções de uso, reciclagem e descarte de materiais, segurança de alimentos e produtos, informações nutricionais e certificações, com esses dados facilmente acessíveis por meio de smartphones.
Para os setores da economia, há melhoria da rastreabilidade e da eficiência por meio da
cadeia de suprimentos são alguns ganhos. Ao mesmo tempo em que a digitalização no checkout se torna mais ágil. Mas não só isso, a ascensão do QR Code permite a abertura de novos negócios a partir do uso de novos dados. Saber quando e onde os QR Codes das embalagens foram acessados, quais as informações lidas e, inclusive, poder pedir ao cliente a disponibilização de dados sobre ele e o que ele compra são algumas das informações que já começam a ser exploradas por plataformas terceiras. No caso da medicina, como mencionado acima, há um favorecimento da reunião de informações de forma segura e digitalizada, além da possibilidade de automação na venda e controle de estoque de medicamentos em farmácias e hospitais, por exemplo.
Empresas terceiras de tecnologia já aplicam soluções para a ‘avalanche de dados’ a partir dessa transição. A squadify, por meio da plataforma B.Codes, já abre espaço para o uso qualitativo dos dados gerados a partir do código 2d. Oferecendo um Software as a Service (SaaS) que garante a lojistas e produtores uma plataforma online com dados geolocalizados e modulações de informações a serem inseridas no QR Code, a empresa possibilita que qualquer negócio ou fabricante faça o acompanhamento da performance de seus produtos.
Com a oportunidade da atualização dos códigos, a Moki, também especializada em soluções SaaS, é outra que está colocando no mercado a Moki Smart Scan. A plataforma utiliza inteligência artificial e tecnologia de realidade aumentada, que incorporada ao aplicativo da Moki, melhora a eficiência operacional e a leitura dos códigos de barras e QR codes em até 70%. Grandes nomes do mercado como Grupo Boticário, GPA, Grupo Santa Cruz, Dengo Chocolate e Jadlog já tiveram acesso à nova tecnologia.
O resultado é o ganho de eficiência na verificação de preço, estoque, abastecimento de gôndola e controle de prazos de validade, eliminando também, para o consumidor, a divergência de preços entre os produtos na gôndola e no caixa. “Hoje, o funcionário usa um coletor de código de barras e escaneia cada item separadamente, que, na sequência, tem seu valor conferido manualmente em uma tabela impressa. Com a Moki Smart Scan, basta passar a câmera do celular pelos produtos na prateleira, que o aplicativo faz a comparação com o preço registrado no caixa em tempo real. Sinalizando em verde os itens corretos e em vermelho os que apresentarem divergências”, explica o CEO da Moki, Guilherme Werneck.
ESFORÇO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO QR CODE
Para implementação do QR Code nos rótulos, as empresas precisarão adaptar a tecnologia e os processos internos. A adição de informações mais detalhadas sobre o produto em QR Codes pode ser feita gradualmente, permitindo que as empresas planejem mudanças em seu próprio ritmo.
Para tanto, foi firmado o Sunrise 2027 - esforço inovador colaborativo para avançar nos padrões globais de eficiência, segurança e sustentabilidade nos setores de varejo e bens de consumo. Proprietários de marcas, varejistas e marketplaces líderes que têm valor de mercado total de mais de US$ 1,4 trilhão e operam em 150 países estão em conjunto com a GS1 para implementar QR Codes com normas GS1 nas embalagens dos produtos e garantirem que os pontos de venda (PDV) estejam prontos para leitura.