Fazenda refaz projeção e já vê inflação em 4,25% no ano

No documento, a SPE argumenta que, até o fim do ano, deverá haver recuo na inflação de preços monitorados pelo governo, contrabalanceando

Publicado em 13/09/2024 às 22:33

O Ministério da Fazenda revisou a projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 e em 2025. De acordo com a nova grade de parâmetros da Secretaria de Políticas Econômicos (SPE), divulgada ontem, a estimativa para este ano passou de 3,90% para 4,25% - mais próxima do teto da meta no ano, que é de 4,5%. Já no caso de 2025, a projeção foi de 3,30% para 3,40%. Em ambos os anos, o centro da meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual.

No documento, a SPE argumenta que, até o fim do ano, deverá haver recuo na inflação de preços monitorados pelo governo, como tarifas de serviços públicos, contrabalanceado parcialmente pelo avanço na inflação dos itens com preços livres. A nova estimativa para o IPCA de 2024 já leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado nos preços; um cenário de bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica no fim do ano (agora em setembro vigora o patamar de bandeira vermelha nível 1, o que representa um custo extra de R$ 4,46 para cada 100 quilowatt-hora consumidos); e o reajuste no piso mínimo para os preços do cigarro.

ESTIMATIVA MAIS REAL

A estimativa do governo ficou mais próxima das projeções do mercado financeiro, que, pela última edição do boletim Focus, espera alta de 4,3%. Mas algumas instituições financeiras não descartam a possibilidade de a inflação fechar o ano acima da meta, como reflexo da forte atividade econômica. Por conta dessa expectativa, os analistas dão como certa a retomada do ciclo de alta da taxa básica de juros na próxima semana, quando haverá reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

PIB. Além da inflação, a Fazenda também reviu sua projeção para o PIB, que avançou de 2,5% para 3,2% neste ano. Para 2025, a projeção diminuiu marginalmente, de 2,6% para 2,5%, refletindo "a perspectiva de início de novo ciclo de alta nos juros pelo Banco Central em 2024, conforme apontado pelas expectativas de mercado", segundo a Fazenda.

 

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