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Banco Central sinaliza desaceleração e mercado projeta fim do ciclo de alta dos juros

Banco Central sinaliza desaceleração nos aumentos da Selic; mercado projeta fim do ciclo de alta dos juros entre maio e junho

Por Maria Clara Trajano Publicado em 23/03/2025 às 16:46

O Banco Central (BC) indicou, após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que o ciclo de alta da taxa Selic pode estar próximo do fim.

Na quarta-feira (19), o Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, mas sinalizou que, em maio, o aumento será menor, de até 0,75 ponto percentual.

O comunicado reforçou a percepção do mercado de que o ciclo de aperto monetário está se encaminhando para o fim, com projeções apontando para o término entre maio e junho.

Mercado projeta fim do ciclo

Embora o BC não tenha confirmado que maio será a última alta, o mercado já trabalha com dois cenários principais: o fim do ciclo em maio, com a Selic atingindo 14,75% ou 15%, ou uma última alta em junho, levando a taxa a 15,25%.

Economistas de instituições como BMG e BNP Paribas apostam no primeiro cenário, enquanto bancos como Itaú Unibanco, Bank of America, BTG Pactual, Barclays e Daycoval projetam que a Selic chegará a 15,25% após mais dois aumentos.

Preocupações do Copom

O comunicado do Copom destacou preocupações com a desancoragem das expectativas de inflação, a incerteza elevada e a resiliência da atividade econômica, mesmo com sinais de desaceleração. Esses fatores sustentam a visão de que o BC ainda pode realizar mais um ou dois aumentos antes de interromper o ciclo.

No entanto, o BC também mencionou os efeitos defasados do aperto monetário, o que foi interpretado por alguns economistas como um sinal de que o fim do ciclo está próximo.

“Menções às defasagens da política monetária historicamente ocorrem antes do fim dos ciclos de ajuste”, observou Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-membro do Copom.

Impactos da política monetária

A Selic em patamares mais altos tem como objetivo frear a inflação, mas também impacta o crédito e o consumo.

Com a taxa já em território restritivo, o BC parece considerar que os efeitos do aperto monetário começarão a se refletir na economia nos próximos meses, reduzindo a pressão inflacionária.

*Com informações da Agência Estado

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