Há exatos 29 anos, Senna conquistava seu primeiro GP no Brasil

Ayrton Senna estava na sua oitava temporada da Formula 1 quando venceu seu primeiro Grand Prix do Brasil
Túlio Feitosa
Túlio Feitosa
Túlio Feitosa
Publicado em 24/03/2020 às 11:39
Ayrton Senna sempre fazia questão de homenagear o Brasil quando vencia na Fórmula 1 Foto: EDU GARCIA / ESTADÃO CONTEÚDO


Em meio à suspensão de atividades, as redes sociais da Formula 1 teve um motivo a mais relembrar corridas memoráveis nesta terça-feira (24). Há exatos 29 anos, em março de 1991, o automobilista brasileiro Ayrton Senna (1960-1994) ganhava seu primeiro Grand Prix do Brasil após oito tentativas na carreira. Naquele ano, Senna conquistou seu tricampeonato mundial.

O brasileiro se ingressou à Formula 1 em 1984, pela equipe da Toleman-Hart, mas apenas oito temporadas depois, quando Senna já havia se integrado à McLaren-Honda, que ele sentiu o gostinho da vitória dentro da própria casa. Gostinho esse, que pode ser sentido na empolgação do corredor logo após cruzar a linha de chegada.

Confira o áudio aberto:

A Corrida

Ser campeão do mundo era uma das metas de Senna na carreira, mas vencer diante da sua torcida era um desejo tão grande quanto levantar o troféu do mundial no final da temporada. E a sua jornada pela título do Brazil Grand Prix começou com o brasileiro largando na pole position e com a moral de ter vencido o circuito anterior, em Phoenix, nos Estados Unidos. O GP de Interlagos, de 71 voltas, era o segundo da temporada.

Senna estava dentro da sua zona de conforto na corrida, mas a conquista no Brasil tinha que ser dramática. Suas grandes tentativas nos anos anteriores acabaram indo por água abaixo, seja com problemas técnicos do seu carro, como foi em 1988, ou acidentes dentro da pista, como foi em 1989 e 90. Em todas essas edições Senna havia largado na pole position.

Em 1991, o brasileiro esava disposto a ultrapassar qualquer obstáculo que o separasse do ponto mais alto do pódio. Sua McLaren-Honda havia perdido completamente a quarta marcha, aumentando ainda mais o desgaste físico do piloto, mas Senna havia mantido isso em segredo para não dar chances para os adversários. Mas apesar da falha técnica, os acontecimentos do circuito favoreceram o brasileiro.

O piloto Nigel Mansell, da Williams, era um perigo para Ayrton Senna. Com o carro mais veloz que a da McLaren-Hoda, o inglês alcançou a segunda colocação últrapassando seu companheiro de equipe, Riccardo Patrese, e fcando na cola do brasileiro. Mas a Williams fez um pit stop desastroso, na 26ª volta, que fez Mansell perder duas posições.

Mas o inglês voltou a atacar depois da 46ª volta, quando voltou a assumir a segunda colocação novamente, mas algo estava ao lado de Ayrton Senna naquele dia. Nigel Mansell teve que ir ao pit stop de forma forçada na 50ª volta, pois seu pneu havia furado no meio da corrida. O piloto da Williams voltou com 34 segundos de desvantagem do brasileiro faltando 20 voltas para acabar.

Final ainda mais dramático

E foi nessas últimas 20 voltas que Senna perdeu totalmente a quarta marcha, tendo que mudar o câmbio sem passar pela defeituosa. O desgaste físico para isso era grande, levando em conta que mais da metade da corrida havia sido completada. Mansell parecia um fantasma, querendo assombrar o título de Ayrton Senna. O inglês diminuiu sua vantagem na volta 59, mas rodou no S do Senna após perder o controle do carro. O câmbio do modelo da Williams havia quebrado, resultando no abandono de Mansell do Brazil Grand Prix.

Já faltando 10 voltas, Senna não tinha mais a terceira, quarta e quinta marcha. Era a vez do italiano Riccardo Patrese assombrar o brasileiro. O corredor da Williams não sabia da dificuldade de Senna, achando que ele pudesse acelerar ainda mais e estava apenas administrando a corrida. Patrese foi alertado sobre o problema no carro da McLaren-Honda na 65ª volta, mas havia sido tarde demais, já que Senna tinha uma vantagem de 20 segundos e 6 décimos.

Muito mais rápido que o piloto brasileiro, o italiano da Williams chegou a quatro segundos e um décimo de Senna na 69ª volta. Faltando apenas duas voltas para chegar ao final, o público já de pé, ansioso pela vitória do ídolo, Senna teve que superar seus limites apenas com a sexta marcha do seu carro. A 70ª volta foi melhor que as anteriores, perdendo apenas quatro décimos de vantagem para Patrese.

A ajuda de Senna veio dos céus. Uma fraca chuva atingia a pista de Interlagos e ajudava o brasileiro a se manter na liderança. A bandeirada foi dada após a 71ª volta e o ídolo, que mais tarde se consagraria como tricampeão mundial, conquistou o troféu do GP do Brasil com dois segundos e nove décimos de vantagem sobre Patrese.

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