O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis foram presos pela Justiça do Paraguai por sarem passaportes falsos para entrar no país vizinho. Um mês após serem flagrados em um hotel pela polícia paraguaia, eles continuam presos, sem previsão de liberdade. Ronaldinho e Assis dividem uma cela de 18 m². O local é equipado com duas camas, televisão, geladeira e um ar-condicionado recém-instalado. O banheiro, no entanto, é coletivo.
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O ex-jogador do Barcelona disputa partidas de futsal, futevôlei e vôlei praticamente todos os dias. Desde a implementação da quarentena no presídio, há duas semanas, com proibição de vistas numa tentativa de evitar a disseminação do coronavírus, a prática de atividades esportivas, antes restrita, foi ampliada dentro da cadeia. Agora, os presos podem se exercitar ao ar livre duas vezes ao dia, pela manhã e à tarde.
"Para compensar a falta de visitas, os detentos gastam o tempo com atividades recreativas e esportivas. Ronaldinho é, sem dúvida, a grande atração desses momentos de lazer. O pessoal, inclusive, costuma bater na porta do quarto dele para buscá-lo para jogar futebol", contou ao Estado o comissário Blas Vera, chefe da Agrupación.
Se nos primeiros dias de cárcere Ronaldinho recusava a refeição servida aos outros quase 200 detentos e só se alimentava com a comida de restaurantes levada pelos seus advogados, agora tem ido com frequência ao refeitório da cadeia. "Ele manteve a forma de ser, o bom humor e está sempre sorridente. Conversa com os outros presos e ultimamente até come junto com o pessoal no café da manhã, almoço e jantar", explica Vera.
Por não ser uma cadeia comum, e sim um quartel transformado em presídio de segurança máxima, é permitida a entrada de aparelhos celulares no Agrupamento Especializado. "Não há nenhuma lei que proíba telefones e não temos regulamento interno sobre esse tema", diz Vera. Assim, Ronaldinho e o irmão têm conseguido manter contato com familiares no Brasil, inclusive por videochamadas.
Não são, no entanto, os mesmo aparelhos que os brasileiros tinham quando entraram no Paraguai no mês passado. Aqueles telefones foram confiscados e estão sendo periciados pelo Ministério Público. Os promotores investigam suposta participação de Ronaldinho e o irmão em uma organização criminosa especializada em falsificação de documentos e lavagem de dinheiro e o conteúdo dos aparelhos é considerado peça-chave
O fato de a Corte Suprema de Justiça do Paraguai ter estendido a suspensão das atividades do Poder Judiciário até o próximo dia 12 por causa do coronavírus, no entanto, atrasou o andamento do processo. Enquanto seus advogados acumulam sucessivas derrotas na tentativa de transferir Ronaldinho ao menos para a prisão domiciliar, o pentacampeão mata o tempo jogando futebol e fazendo novos amigos na cadeia.