A nadadora Etiene Medeiros usou as redes sociais para desabafar sobre os mais 60 dias de isolamento enfrentados no Brasil por conta da pandemia do novo coronavírus. A pernambucana está em São Bernardo do Campo, em São Paulo, cumprindo o distanciamento social e realizando treinos de fortalecimento. Os treinos na piscina foram interrompidos no início da pandemia e ainda não têm previsão de retorno.
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Etiene disse que reúne mais dias tristes do que positivos. Destacou também que tem acompanhamento psicológico, mas questionou os atletas não têm esse suporte fundamental nesse momento.
"Estou conseguindo ser um pouco crítica comigo e com a galera que está do outro lado. Gosto muito de conversar e entrar em discussão em relação a isso. Eu fico vendo a situação que a gente está vivendo e o quanto isso está me incomodando e me deixando triste. Eu tenho mais dias tristes do que dias positivos, dias preocupados. Eu acho que tem mais gente se identificando com isso também. Vendo pessoas morrendo, pessoas que não têm o que comer, pessoas sem poder tomar um banho. Coisa básica, comer, sabe? Isso me deixa muito sensível. Fico impactada com essas coisas", comentou Etiene, que continuou o desabafo.
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Resiliência e pensamento positivo
A nadadora confessou que não se sente confortável empostar os treinos nas redes sociais. Ela ainda falou sobre a postura de outras pessoas ao reforçar resiliência e como a coisa ficar banalizada, especialmente nesse período tão complicado.
"Além disso, na minha família existem pessoas que passam por dificuldade. Está tudo bem eu mostrar para vocês que eu me sinto assim. Eu não me sinto confortável em ficar postando treino, ficar postando coisas...enfim. Eu vejo muita gente falando: 'vamos ser resiliente, ser forte, pensar positivo. É muito difícil. Não é fácil ser isso. Não é fácil você ir atrás de pessoas qualificadas e são caminhos muito sérios para você conseguir ser resiliente. E fica muito banalizado. Já são 60 dias sem previsão. E aí, como está a mente dessa galera? Eu tenho uma psicóloga, uma psiquiatra, uma médica. Eu trabalhei anos para isso, mas quem não tem? Não vamos ficar na rede social querendo ser superman. Tem que cuidar dos que estão próximos. O que a gente pode fazer de conteúdo para ajudar a galera júnior, juvenil, até o alto rendimento mesmo. Até as próprias federações chegarem junto para ajudar na saúde mental", argumentou.
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