Em meio à pandemia do novo coronavírus e a paralisação do futebol no país, a Arena de Pernambuco completa sete anos nesta sexta-feira (22), data em que foi inaugurada no amistoso internacional entre Náutico e Sporting-POR, em 2013. Mesmo atualmente sem ser a casa de nenhum time da capital, o equipamento registrou um crescimento no número de eventos sediados no ano passado, alcançando o melhor resultado em seis anos. Para fazer um balanço desses anos e avaliar os desafios enfrentados neste período, a reportagem do Jornal do Commercio entrevistou Rodrigo Novaes, secretário de Turismo e Lazer, de Pernambuco e Kleber Borges, diretor geral da Arena de Pernambuco.
"A gente enfrenta um desafio permanente e diário que é a diminuição dos custos de manutenção da Arena de Pernambuco. Um desafio que está sendo, na medida do possível, cumprido. Se for pegar os dados, em 2016 o custo médio mensal era de R$ 1.8 milhões, hoje em 2020 é de R$ 700 mil. A gente diminuiu com medidas estratégicas, redução de 16% na conta de energia, 51% na conta de água, 73% na compra de descartáveis, e também aumentando a arrecadação, promovendo o equipamento", avaliou Rodrigo Novaes.
De acordo com o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, o principal desafio do estado é tornar a Arena de Pernambuco um equipamento autossustentável, evitando assim os subsídios do poder público. Para isso a Arena está sendo promovida cada vez mais e consequentemente arrecadando mais. Foi o que aconteceu no ano passado, quando teve mais de 220 dias de ocupação e um aumento de 125% na quantidade de visitantes no Tour da Arena, evento promovido para receber mais público, além do aumento no número de eventos realizados, recebendo 126 eventos nos espaços multiuso e 52 jogos oficiais.
"A gente cuida com muita atenção para cada vez mais buscar a sustentabilidade da Arena, o desafio maior é esse, o que a gente arrecada com ela seja suficiente para gente arcar com os gastos que são inerentes. Além disso é um equipamento valiosíssimo que tem uma importância muito grande que coloca Pernambuco dentre os estados capazes de receber grandes eventos. Então para o turismo, por exemplo, é um equipamento muito rico, recentemente a gente teve a confirmação do primeiro jogo das eliminatórias da Copa do Mundo seria na Arena, acabou sendo adiado por conta dessa pandemia", destacou Rodrigo.
PERÍODO DE QUARENTENA
Assim como praticamente todo o futebol brasileiro, a Arena de Pernambuco tem enfrentado dificuldades e os desafios causados pela pandemia do novo coronavírus. Apesar da ausência de jogos, no entanto, o equipamento segue recebendo manutenções estruturais, além dos reparos no gramado. Com a indefinição quanto ao retorno dos eventos com grande público no estado, o diretor geral da Arena calcula prejuízo financeiro com a ausência de jogos importantes, como o da seleção brasileira pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, além de outras cerimônias que estavam marcadas para o local.
"Estamos vivendo a mesma situação que todos os estádios e arenas do país. A gente estava com uma boa perspectiva para a temporada. Recebemos os jogos do Retrô, que estava chegando bem nas fases finais do Campeonato Pernambucano, provavelmente teria um jogo contra um dos grandes na semifinal, além claro do jogo do Brasil. A gente tinha um megashow marcado para maio. Acredito que foram cancelados ou adiados por volta de 36 eventos corporativos, que estavam marcados pelo menos até agosto. Alguns cancelaram por questões financeiras, mas o nosso departamento comercial trabalhou bem e a gente conseguiu reverter para colocar esses eventos para 2021", avaliou Kleber Borges.
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FUTURO PÓS-PANDEMIA
E como vai ser o futuro da Arena de Pernambuco pós-pandemia? A resposta dessa pergunta, de acordo com o diretor Kleber Borges, vale um bilhão de dólares. O gestor acredita que devido ao cenário de indefinição com relação a pandemia no país, não tem como prever como vai acontecer o retorno do futebol no estado, mas já trabalha e admite que a possibilidade maior é de receber os jogos sem a presença dos torcedores, quando a CBF definir a volta dos campeonatos.
"Não é só a questão da Arena, mas temos que ver como fica o mercado de eventos. É um momento bem complexo, temos que entender como que ficará o mercado de eventos, como ficará a população. Saiu uma pesquisa recentemente sobre o retorno do público aos estádios no segundo semestre, e os números preocupam, porque as pessoas estão muito reticentes ainda. A gente tem que entender, realmente, qual cenário que vai ficar no Brasil. Temos uma pré-programação do jogo do Brasil para setembro, mas tudo vai depender do que via acontecer no cenário mundial com a covid-19", disse o diretor geral da Arena.
BALANÇO
No último ano houve um crescimento expressivo no número de eventos sediados na Arena de Pernambuco, alcançando o melhor resultado em seis anos. Foram 178 eventos (126 multiuso + 52 jogos oficiais). Em 2018, foram 147 eventos em geral.
Tour na Arena: aumento de 125% nos visitantes do Tour: de 4.700 visitantes para 10.600 visitantes.
Taxa de ocupação de eventos: Nos 365 dias do ano, algum evento aconteceu na Arena de Pernambuco em 222 dias.
Maiores públicos em jogos/eventos:
Brasil x Uruguai - 45.010 pessoas - eliminatórias 2016
Centenário da Assembleia de Deus 2018 - 57.721 pessoas.
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