Napoli ou Juventus: a Itália coroará nesta quarta-feira (17) o campeão de sua Copa, um primeiro troféu a ser entregue em tempos de coronavírus, numa final que será disputada em Roma com portões fechados e que terá uma grande carga simbólica num dos países mais afetados pela pandemia.
Se o Bayern de Munique, que pode ser campeão da Bundesliga nesta terça ou quarta, desperdiçar a chance, a Copa da Itália será o primeiro troféu a ser entregue nas grandes competições europeias desde que o futebol foi suspenso em meados de março devido à imparável propagação do coronavírus.
A Itália é um dos países mais afetados pela pandemia, com mais de 34.000 mortes, mas a situação está atualmente controlada e, como nos outros setores econômicos, o futebol também pôde retomar sua rotina. E o futebol o fez, mas em condições particulares, com o silêncio dos jogos com portões fechados, no último fim de semana com os duelos de volta das semifinais da Copa da Itália Juventus-Milan e Napoli-Inter.
O ministro dos Esportes, Vincenzo Spadafora, queria, após três meses sem futebol, que os jogos fossem transmitidos com sinal aberto para que alcançassem o máximo de telespectadores possível. Por este motivo, optou-se por começar com a Copa da Itália, que pode ser transmitida nos canais abertos, diferentemente do Campeonato Italiano.
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Transmitidas pela emissora pública Rai, os jogos de volta das semifinais foram assistidos por mais de sete milhões de telespectadores, a maior audiência do futebol na temporada. E, nesta quarta-feira, o duelo no Estádio Olímpico de Roma entre a Juventus de Cristiano Ronaldo e o Napoli de Dries Mertens prevê juntar mais de 10 milhões de torcedores diante dos monitores.
Melhor inimigo
O troféu será entregue ao capitão da equipe vencedora diante de uma arquibancada vazia e com a ausência do presidente da Itália, Sergio Matarella. O momento, porém, significará que o futebol voltou à vida e que a Copa da Itália cumpriu seu papel, pavimentando o caminho para a retomada do Campeonato Italiano já neste fim de semana.
No plano esportivo, os dois técnicos, Maurizio Sarri (Juventus) e Gennaro Gattuso (Napoli), buscam seus primeiros títulos na Itália. A partida terá ares de revanche para o Napoli e seus torcedores, que nunca perdoaram Sarri, seu ex-técnico e ídolo, por ter aceito comandar a Juventus, seu arquirrival.
Três vezes vice-campeão italiano nas últimas quatro temporadas, todas vencidas pela Juve, o Napoli também é odiado em Turim. A Velha Senhora também foi responsável por privar os napolitanos de um troféu na última vez que se enfrentaram em uma final, em 2012 pela Copa da Itália.
A Juventus chega ao confronto liderada por um especialista em finais: Cristiano Ronaldo. O português, que não brilhou na semifinal contra o Milan, contra o qual perdeu um pênalti, disputou 30 decisões na carreira e venceu 21. Cinco vezes eleito melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo quer também apagar a lembrança ruim do ano passado, quando sua equipe perdeu a final da Copa para a Lazio.
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