Treinadores alemães assumem protagonismo e decidem Champions League

Decisão entre Bayern de Munique e PSG coloca frente à frente dois técnicos alemães, que nunca foram campeões da competição
Lucas Holanda
Publicado em 21/08/2020 às 15:07
O Bayern é comandado por Hans Flick. Foto: BAYERN DE MUNIQUE/DIVULGAÇÃO


A final da Champions League entre Bayern de Munique x PSG coloca frente à frente dois técnicos alemães: Hans Flick pelo clube alemão e Thomas Tuchel pelos franceses. Treinadores que, com suas características, deram um alto nível de competitividade aos finalistas e agora vão em busca do título. Curiosamente esta é a primeira decisão de ambos, ou seja, a maior competição de clubes do mundo terá um técnico inédito como campeão - e pode até ter um time caso o PSG vença.

Seja Bayern de Munique ou PSG o campeão, a Champions League terá um 'bicampeonato consecutivo' de técnicos alemães. Isso porque treinador Jürgen Klopp conduziu o Liverpool ao sexto título da competição mais importante de clubes da Europa na temporada passada. Na atual edição, o protagonismo dos comandantes nascidos na Alemanha foi ainda maior, tendo em vista que três dos quatro semifinalistas eram alemães. Julian Nagelsmann, inclusive, se tornou o técnico mais novo a estar na fase semifinal da Champions, com 33 anos e comandando o RB Leipzig, que acabou caindo para o PSG.

HANS FLICK E A TRANSFORMAÇÃO DO BAYERN DE MUNIQUE EM UM ROLO COMPRESSOR

Hans Flick assumiu o Bayern de Munique após a demissão de Niko Kovac, que deixou o clube alemão na 4ª posição e após sofrer um 5 x 1 para o Frankfut. Inicialmente o primeiro passo foi organizar a defesa, que vinha sendo bastante exposta. Depois, Flick foi evoluindo e transformando os alemães em uma máquina de fazer gols. Para se ter ideia da revolução que o comandante fez nos Bávaros, o treinador possui 31 vitórias em 34 jogos, números que renderam uma conquista tranquila da Bundesliga - após uma arrancada - e também da Copa da Alemanha. E agora o técnico vai em busca da Champions League para carimbar ainda mais o trabalho e levar a tríplice coroa.

Com um estilo de jogo bem ofensivo, com ataques constantes e que não deixam o adversário respirar, o Bayern foi engolindo todos os adversários na Champions League. Para se ter ideia, o clube alemão venceu todas as dez partidas que disputou na competição, sem contar as goleadas, como por exemplo o massacre histórico no Barcelona por 8 x 2. Flick, que é ex-jogador do clube, também foi assistente do técnico da Alemanha, Joachin Löw, até 2014, ano do 7 x 1.Além das qualidades técnicas, o que chama atenção em Flick é o poder de liderança que ele tem. Tendo a sinceridade como pilar da relação com os atletas, o comandante tem o elenco na mão, fazendo ajustes quando necessário e de acordo com o adversário.

THOMAS TUCHEl: O EQUILÍBRIO QUE COLOCOU O PSG NA FINAL

Thomas Tuchel foi contratado pelo PSG na temporada passada, mas não obteve sucesso na Champions League. Sem Neymar, que estava machucado, o clube francês foi eliminado pelo Manchester United na França após vencer na Inglaterra, o que muitos caracterizaram como um vexame dos bilionários. No entanto, para esta temporada, a história foi diferente. Com um Neymar atuando de forma diferente e sem lesões, o PSG foi ganhando casca, encontrou o equilíbrio e, enfim, conseguiu chegar na final da competição de clubes mais importante da história pela primeira vez.

Nesta temporada, o PSG já foi campeão da Ligue 1 e das duas copas domésticas, e agora busca o título inédito. O trabalho de Tuchel pode ser definido em uma palavra: equilibro. Conseguiu não apenas deixar o ataque do PSG em alta, mas também deu solidez defensiva, algo que faltou ao clube em outros anos. Além disso, conseguiu equilibrar o vestiário francês, principalmente com a ajuda do brasileiro Leonardo, diretor de futebol do time. E, claro, conseguiu potencializar Neymar em um novo posicionamento, transformando em uma das melhores versões da carreira do brasileiro.

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