COPA AMÉRICA

Guia da Copa América 2021: as seleções do Grupo A

As cinco equipes na chave são Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, seleções que já ganharam a competição ao menos uma vez

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Lucas Holanda

Publicado em 12/06/2021 às 9:23 | Atualizado em 12/06/2021 às 17:47
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O Grupo A da Copa América 2021 promete fortes emoções. As cinco equipes na chave são Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, seleções que já ganharam a competição ao menos uma vez. Para avançar ao mata-mata do torneio, aliás, a missão é simples: não ser o lanterna do grupo, tendo em vista que os quatro primeiros classificam às quartas de final do campeonato. Desses times que estão no grupo A, o último a ser campeão do torneio foi o Uruguai, que venceu a Copa América em 2011. Confira, abaixo, um raio-x sobre cada seleção.

Argentina

28 anos sem título. É assim que a Argentina chega para a Copa América. Na primeira competição sem a presença do eterno Diego Armando Maradona, que faleceu em novembro de 2020, a Alviceleste busca o título do torneio para, enfim, voltar a ser campeão, algo que não acontece desde 1993, quando na época a seleção bateu o México, justamente na edição da Copa América daquele ano. Desde então, no entanto, um mar de decepções: eliminações vexatórias e vices que doem na alma até hoje, vide a Copa do Mundo de 2014.

Assim como em 2019, a Argentina chega para Copa América sendo comandada pelo técnico Lionel Scaloni, responsável pela reformulação da equipe. Mas o treinador vai precisar corrigir algumas falhas da equipe se quiser pensar em título. A Alviceleste vem oscilando bastante, seja em resultados ou performances, e ainda não convenceu quem a acompanha. Apesar do time abrir vantagens no placar na maioria das vezes, acaba cedendo o empate e isso, claro, não agrada.

Nos últimos dois jogos que antecederam a Copa América, por exemplo, a Argentina empatou duas vezes: 1x1 contra o Chile e 2x2 ante a Colômbia. Saiu na frente em ambas ocasiões, mas tomou o empate. Sobre o desempenho nas eliminatórias sul-americanas, a Alviceleste está na segunda posição, com 12 pontos, seis a menos que o Brasil, líder isolado, e quatro na frente da Colômbia, que está na quinta colocação, que dá vaga na repescagem.

Um possível título da Argentina em 2021 passa muito pelos pés de Messi, que vai precisar ser um capitão com muita liderança e, claro, decidir jogos. Mas nem tudo pode cair nos ombros do camisa 10. O técnico Lionel Scaloni terá a missão de corrigir erros na sua equipe, sobretudo no quesito inconstância. Apesar da tentativa de renovação do time, levando jovens destaques para a Alviceleste, a Argentina ainda oscila bastante. A Copa América surge como uma grande oportunidade para melhorar e fortalecer esses jogadores, que querem tirar a seleção de uma fila de 28 anos sem conquistar um título.

Com 14 títulos, a Argentina é a segunda seleção com mais conquistas da Copa América, atrás apenas do Uruguai, que tem 15. A estreia dos Hermanos, aliás, será contra o Chile, na segunda-feira (16).

Bolívia

Dona da pior campanha da Copa América em 2019, caindo na primeira fase com três derrotas em três jogos, a Bolívia busca uma performance melhor em 2020. Uma classificação ao mata-mata do torneio, por exemplo, seria algo importantíssimo para os bolivianos, que já foram campeões da competição em 1963, único título do país até então. Para conseguir avançar às quartas de final, a Bolívia terá que ficar entre os quatro primeiros do grupo.

Para buscar essa vaga no mata-mata, a Bolívia tem o técnico César Farias no comando da equipe. Aos 48 anos, o venezuelano é o treinador da seleção desde 2018 e por pouco não trabalhou no futebol brasileiro. Em novembro do ano passado, se noticiou que ele teria um acerto encaminhado para treinar o Botafogo, que estava na Série A. Apesar da situação ter avançado, o acordo não foi fechado e o clube carioca escolheu outro nome para o comando.

Nas eliminatórias, a Bolívia está na oitava posição, tendo conquistado cinco pontos em seis jogos - venceu apenas uma partida. Apesar da campanha ruim, o histórico recente dá uma animada no torcedor. Nas duas rodadas que antecederam a Copa América, a Bolívia somou quatro pontos: venceu a Venezuela e empatou com o Chile. Ou seja, dos cinco pontos que a equipe tem, quatro foram conquistados recentemente.

Esse bom desempenho, claro, tem muito de Marcelo Moreno, atacante do Cruzeiro e que é o principal nome da Bolívia. Ele, inclusive, é o artilheiro das eliminatórias, tendo marcado seis gols, um a mais que o vice, o brasileiro Neymar. A estreia da seleção boliviana será diante do Paraguai, na terça-feira (14).

Chile

Bicampeão da Copa América, o Chile busca fazer uma campanha ainda melhor em relação a que fez em 2019, quando foi quarto colocado e caiu na semifinal, diante do Peru. Com uma safra mais envelhecida e abaixo tecnicamente do que foi em 2015 e 2016, anos em que a seleção chilena venceu o torneio, o técnico Martín Losarte tem a missão de montar uma equipe competitiva dentro das quatro linhas e, mais uma vez, fazer uma boa campanha na Copa América.

Com apenas uma vitória em seis jogos das eliminatórias, o Chile ocupa a sétima posição. Dessas seis partidas das classificatórias para a Copa do Mundo de 2022, Martín Losarte só esteve à frente de duas, tendo empatado com a Argentina e Bolívia. Seu maior desafio é, sem dúvidas, unir os velhos talentos com a nova geração, algo que o colombiano Reinaldo Rueda, seu antecessor, definitivamente não conseguiu - o Chile, aliás, sequer foi para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

Para a Copa América de 2021, o Chile contará com velhos conhecidos e ídolos da torcida. No gol, aos 38 anos, o experiente Claudio Bravo segue como titular. Na zaga, Gary Medel continua na equipe, enquanto Charles Aránguiz e Arturo Vidal são as principais armas no meio-campo. Na frente, Alexis Sánchez e Eduardo Vargas são as esperanças de gols do time chileno. Uma boa campanha do Chile na Copa América de 2021 passa muito pela potencialização dessas peças.

Visando o maior objetivo do Chile, que é conseguir a classificação para a Copa do Mundo de 2022, a Copa América surge como uma ótima oportunidade para preparar essa equipe. O técnico Martín Losarte vai ter ao menos os quatro jogos da primeira fase para buscar esse encaixe e tornar essa seleção competitiva. A estreia do Chile, aliás, será contra a Argentina, na segunda-feira (16).

Paraguai

Apostando na solidez defensiva, o Paraguai chega para a Copa América 2021 buscando pelo menos repetir a campanha de 2019, que terminou com o time sendo eliminado nas quartas de final para o Brasil, nos pênaltis. A seleção paraguaia e a Canarinha, aliás, têm um histórico recente de rivalidade. Além de se enfrentarem na edição de dois anos atrás. o Paraguai eliminou o Brasil em 2011 e 2015, vencendo nos pênaltis em ambas as ocasiões. Ou seja, dá para chamar de algoz recente da Seleção Brasileira na Copa América.

Bicampeão da competição, tendo conquistado a Copa América em 1953 e 1979, o Paraguai é comandado pelo técnico Eduardo Berizzo, que está à frente da seleção desde 2019, sendo contratado após passar pelo futebol espanhol, tendo passagens por Celta de Vigo, Sevilla e Athletic Bilbao. Para a Copa América de 2021, o Paraguai terá nomes conhecidos em seu elenco. Na zaga, os zagueiros Balbuena, Júnior Alonso e Gustavo Gómez são figuras carimbadas do futebol brasileiro. Na frente, Ángel Romero e Miguel Almirón são as principais armas ofensivas da equipe de Eduardo Berizzo.

Com relação ao desempenho do Paraguai nas eliminatórias sul-americanas visando a Copa do Mundo de 2022, a equipe está na sexta posição com sete pontos ganhos, um a menos que a Colômbia, que está na quinta colocação - que dá vaga na Repescagem. Sobre a campanha da seleção paraguaia, o time venceu apenas um jogo, tendo empatado quatro e perdido apenas um - justamente na última partida antes da Copa América, contra o Brasil.

Rotulado como quarta força do grupo, o Paraguai busca ao menos passar de fase. Para isso é necessário ficar ao menos entre os quatro primeiros, ou seja, não ser o último. A estreia da seleção paraguaia é contra a Bolívia, na segunda-feira (14).

Uruguai

Maior campeão da Copa América, tendo conquistado 15 títulos da competição, o Uruguai quer voltar a ganhar o torneio, algo que não acontece desde 2011. Em 2019, na última edição do campeonato, a Celeste decepcionou. Após um 0x0 diante do Peru, caiu nos pênaltis nas quartas de final, contrariando expectativas iniciais que colocavam a equipe do técnico Óscar Tabárez ao menos numa semifinal da Copa América, levando em conta a força do elenco.

Sobre a campanha da equipe nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, o Uruguai faz uma campanha abaixo do que se espera, apesar de estar na quarta posição, com oito pontos ganhos. Em seis jogos até aqui, a equipe de Tabárez venceu dois, empatou dois e perdeu outros dois. Nos últimos compromissos antes do início da Copa América 2021, aliás, o time uruguaio amargou empates amargos: 0x0 contra Paraguai e Venezuela.

Sobre a equipe que vem ao Brasil, ela é formada por pilares antigos, vide a dupla de ataque formada por Edinson Cavani e Luis Suárez, protagonistas do time há mais de 10 anos. Além deles, o Uruguai conseguiu renovar a sua geração com peças bem interessantes, vide os meio-campistas Federico Valverde e De Arrascaeta, além do atacante Facundo Torres, joia do Peñarol e que tem apenas 21 anos, mas já carrega grandes expectativas sobre o seu desempenho.

Antes da bola rolar, o Uruguai chega como principal força do grupo ao lado da Argentina. Dentro de campo, claro, vai tentar repetir esse prognóstico. A estreia da seleção uruguaia, inclusive, é justamente contra os Hermanos, na sexta-feira (18).

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