Com informações da AFP
Nesta segunda-feira (3), o chefe da Polícia de Malang foi destituído e nove agentes foram suspensos, após tragédia no campo de futebol da cidade, localizada na Indonésia.
No último sábado (1), torcedores que estavam no estádio Karnjurhan viveram momento de pânico. Após derrota do Arema FC para o Persebaya Surabaya por 3-2, a torcida invadiu o gramado.
A polícia respondeu com o uso de gás lacrimogêneo contra as arquibancadas lotadas, o que provocou uma corrida desesperada dos torcedores para os pequenos portões, onde foram esmagados ou asfixiados, segundo testemunhas.
Ao todo, 32 crianças estão entre as 125 pessoas que morreram na confusão. Outras 323 pessoas ficaram feridas.
"A mais jovem das crianças era um menino de três ou quatro anos", declarou à AFP Nahar, do ministério do Empoderamento das Mulheres e da Proteção da Infância.
INVESTIGAÇÕES TRAGÉDIA EM ESTÁDIO DE FUTEBOL
Segundo o porta-voz da Polícia Nacional, os investigadores estão analisando as imagens das câmeras de segurança do estádio e apontou que 28 policiais foram interrogados, especialmente sobre o uso de gás lacrimogêneo no estádio.
O presidente indonésio, Joko Widodo, afirmou que as famílias das vítimas serão indenizadas.
"Como sinal de condolências, o presidente doará 50 milhões de rupias (3.200 dólares) para cada vítima falecida", disse o ministro da Segurança, Mahfud MD, que prometeu a entrega do dinheiro em um ou dois dias.
MORTES EM ESTÁDIO DE FUTEBOL CAUSAM REVOLTA NA INDONÉSIA
"Uma de nossas mensagens é que as autoridades devem investigar de maneira profunda. Queremos prestação de contas. Quem é o responsável?", questionou Andika, de 25 anos.
O presidente do Arema FC, Gilang Widya Pramana, pediu desculpas e se responsabilizou pelo incidente.
"Como presidente do Arema FC, assumirei toda a responsabilidade do ocorrido. Peço desculpas profundas às vítimas, seus familiares, todos os indonésios e à Liga 1", disse.
Grupos de defesa dos direitos humanos exigiram uma comissão independente e que os policiais sejam responsabilizados pelo uso de gás lacrimogêneo em um espaço fechado.
Uma petição online com o título "A polícia deve parar de usar gás lacrimogêneo" recebeu quase 6.000 assinaturas nas primeiras horas.
O técnico do Arema FC, o chileno Javier Roca, descreveu a cena catastrófica. "Alguns torcedores morreram nos braços dos jogadores [...] os jovens passavam com as vítimas nos braços. Acho que a polícia ultrapassou os limites", declarou à rádio espanhola.