Com informações da repórter Priscilla Cavalcanti, da TV Jornal
Uma amizade que dura décadas. Que iniciou nas salas de aula do curso de medicina e que perdura até hoje graças a uma outra paixão em comum: o futebol. Em 1963, os amigos Oscar Coutinho, Paulo Barroca e Luciano Lima resolveram estender a convivência da universidade para os gramados e fundaram a Pelada dos Médicos. Após 60 anos de diversão e muita resenha nos encontros semanais, a pelada foi rebatizada e, atualmente, é conhecida como Sub-90.
Paulo Barroca, um dos fundadores da pelada, mostra a mesma disposição da primeira vez que jogou bola com os amigos. "Estou beirando os 90 anos, mas ainda me sinto em condições de entrar em campo e jogar por 1h", disse o médico de 83 anos.
O também criador da pelada, Oscar Coutinho, não escondeu a alegria de seguir lado a lado com os amigos de longa data, fazendo o que tanto gostam. "Eu me sinto muito feliz e emocionado por esse momento. São 60 anos de alegria com esses amigos. É uma coisa muito linda", declarou o médico de 83 anos, com lágrimas nos olhos.
Um grande incentivador do encontro entre os calouros da universidade foi Ciro de Andrade Lima, professor de medicina do trio. O docente, já falecido, era avô do Prefeito do Recife, João Campos, que guarda recordações dos momentos de felicidade de seu avô com os velhos amigos.
"Meu avô chamou (os alunos) para jogar na casa dele, que tinha um campo de futebol. Anos depois, meus pais construíram a casa que morei a vida inteira justamente nesse campo de futebol. Então, todos nós crescemos convivendo com essa turma", lembrou João Campos.
Após inúmeros jogos disputados semanalmente, a Pelada Sub-90 segue recrutando novos atletas. "Desde do dia que entrei nessa pelada é só alegria", comentou Fernando Wavrik, de 72 anos, integrante mais recente a fazer parte do grupo.
Seja novato ou fundador, marcar presença na pelada é compromisso inadiável. "Aqui, as pessoas só não comparecem quando está viajando, quando adoecem ou por algum problema de saúde. Mas não havendo isso, toda semana estamos aqui. É uma religião", disse o médico Luciano Lima, de 84 anos, um dos criadores da pelada.