Apesar de não aparecer muito para o torcedor, que por vezes o critica por achá-lo pouco participativo nas partidas, o meia Didira tem um papel fundamental na estruturação tática do time do Santa Cruz sob o comando de Itamar Schulle. Os números dele falam por si só. Das 27 partidas disputadas pelo Tricolor do Arruda na temporada, o meio-campista de 32 anos atuou em 20, sendo 19 delas como titular da equipe. Só não foi mais acionado porque ficou de fora dos primeiros jogos do ano devido problemas de saúde do pai - ficou cerca de um mês em Arapiraca (AL).
E, nas vezes que esteve em campo, Didira apresentou efetividade. Dos 33 gols marcados pelo Santa Cruz em 2020, o meia teve participação direta em oito deles, com: três gols e cinco assistências. Ou seja, 24% dos gols da equipe coral passaram pelos pés do camisa 19 tricolor. Nessa Série C, por exemplo, Didira deu assistência para Chiquinho (contra o Treze) e, diante do Botafogo-PB, além de ter cobrado falta para William Alves marcar o gol, o meio-campista também balançou as redes. "Ele foi importante pra gente em vários jogos, mas conta o Botafogo-PB ele participou diretamente de todos os lances capitais", elogiou Lucas Isotton, auxiliar técnico do Santa Cruz.
Já diante da equipe do Imperatriz, na última rodada, apesar de não ter deixado nenhum companheiro em condições de marcar, a jogada do primeiro gol tricolor na partida iniciou com Didira, que cobrou escanteio para William Alves escorar de cabeça e Denilson empurrar a bola para as redes. "Ele é um atleta que estamos trabalhando em cima dos números dele e da questão comportamental dentro do jogo. Os números dele não são satisfatórios apenas nos gols e assistências, mas nos desarmes também... Além de ser muito importante na nossa bola parada", destacou o auxiliar de Itamar Schulle, em entrevista ao repórter João Victor Amorim, da Rádio Jornal.
Um outro diferencial do camisa 19 é a sua capacidade de se 'reinventar' dentro da partida. Isso porque a comissão técnica coral pode aproveitar a versatilidade de Didira, que faz a função de segundo volante, meia armador, atacante de lado, para mudar um esquema tático sem a necessidade de queimar uma substituição. "Ele é um jogador extremamente inteligente e, com isso, podemos variar o nosso sistema de jogo sem precisar trocar os atletas. Sempre é preciso fazer uns ajustes, mas estamos muito satisfeitos com ele", comentou Lucas Isotton.
Além de toda a questão técnica e tática, um outro ponto favorável do meio-campista é a sua experiência. Não só pelo fato de ter 32 anos, mas, principalmente, por ter disputado a Série C algumas vezes; tanto pelo ASA de Arapiraca, quanto pelo CSA - conquistando dois acessos com o Azulão, da Série C para a B (em 2017), e da Segundona para a Primeira Divisão (em 2018). Agora, pelo Santa Cruz, Didira busca conquistar mais um acesso na carreira.