Situação não apresenta candidato no prazo e oposição exige que o Santa Cruz dê seguimento a eleição com chapa única

Com a aproximação do processo eleitoral, os bastidores políticos do Santa Cruz estão pegando fogo. Isso porque o prazo para inscrição das chapas encerrou-se nesse domingo (29) e a atual gestão não oficializou nenhum candidato para concorrer ao pleito marcado para o dia 14 de dezembro. Com isso, a chapa de oposição Pro Santa, única inscrita no período estabelecido, exige que o clube prossiga com o calendário previsto no estatuto do Tricolor e oficialize nesta segunda-feira a publicação das chapas inscritas.

Para o pleito, está previsto a publicação de três editais, sendo oficializados a 45, 30 e 20 dias antes das eleições. Os dois primeiros foram publicados corretamente, mas o terceiro, que estava previsto para ser formalizado no dia 24 de novembro, não foi publicado. Por isso, a oposição, por meio do advogado e co-líder do Movimento Intervenção Popular Coral (IPC) Jhonny Guimarães, alegou em contato com a reportagem do Jornal do Commercio, que a atual gestão está usando da ilegalidade para se beneficiar no processo eleitoral.

“Eles decidiram abraçar a ilegalidade e a gestão vem fazendo isso há muito tempo no que diz respeito a todo o processo eleitoral. Eles querem se beneficiar das próprias ilegalidades que cometem. A situação não tem candidato, não tem chapa, não tem projeto e por isso deixou de publicar o terceiro edital para que esse prazo não comece a correr. Ou seja, eles querem agir pela ilegalidade em benefício próprio. A nossa legislação impede que eles possam cometer um ato ilícito e tirar proveito disso”, criticou.

O oposicionista ainda aproveitou para explicar o rito eleitoral estabelecido no próprio estatuto do Santa Cruz que não está sendo cumprido pela atual gestão. “O estatuto do clube exige que três editais sejam publicadas nas seguintes datas certas: 45 dias antes da eleição, 30 dias antes e 20 dias antes da eleição, que está marcada para 14 de dezembro. Tanto é que o clube publicou o primeiro e o segundo edital, mas o terceiro é justamente quando ele é publicado e se inicia o prazo de cinco dias para registrar as chapas. Como a situação não tem um candidato, preferiram não publicar o edital confiando que essa ilegalidade faria com que o prazo não começasse a correr. É uma medida desesperada”, explicou, indicando ainda que a situação deve “arcar com as consequências” de suas próprias arbitrariedades.

“Tendo passado esse prazo de cinco dias, que encerrou no domingo, hoje o clube tem o dever de listar as chapas que foram apresentadas no mural do clube. A única chapa que foi apresentada até agora foi a do Pro Santa, dentro do prazo legal. Então nós vamos lá para que o clube cumpra o estatuto, apresente a listagem das chapas, que no caso é a chapa única e dê seguimento a eleição. Se eles não registraram no prazo legal porque não tem candidato, porque não tem projeto ou porque gostam de fazer as coisas de forma ilegal, que arquem com as consequências dessas decisões. Mas nós estamos atentos, vigilantes e vamos exigir no mínimo que o estatuto do clube seja cumprido”, afirmou Jhonny Guimarães.

Além disso, o também advogado Mário Godoy, candidato à presidência do Conselho Deliberativo na chapa Pro Santa, criticou, em entrevista ao repórter João Victor Amorim, da Rádio Jornal, a atitude tomada pela atual gestão, que tem Constantino Júnior como presidente do Executivo Coral.

“Os editais são iguais, então não há nenhuma dubiedade na obrigação que o Santa Cruz tem em não só fazer essa terceira publicação, mas também saber quais são os prazos fatais para o terceiro edital ser publicado a 20 dias das eleições, com a inscrição das chapas encerrando no dia 29 de novembro. Essa não publicação do terceiro edital é uma ilegalidade por parte, mais uma vez, do clube. A situação, representada pela continuidade do que acontece no Santa Cruz, não pode se beneficiar da sua própria torpeza. Ou seja, não pode gerar uma ilegalidade e agir em benefício próprio. O nosso jurídico está analisando e em breve teremos notícias das decisões que serão tomadas”, garantiu Godoy.