Um dos principais artilheiros do Sport na última década, o atacante André, que marcou 45 gols em 125 jogos, nas três passagens pelo Leão (2015/ 2017/ 2021), nunca escondeu o carinho e o respeito pelo clube rubro-negro. Segundo o próprio atleta, de 33 anos, a vinda para Recife mudou a sua vida, apesar de ter resistido da ideia de jogar no Nordeste quando recebeu a primeira proposta, há nove anos.
"Amei jogar no Sport. Sou apaixonado pelo Recife, apaixonado pelo Sport... Porque o Sport na minha vida foi muito importante. Eu estava num período no Atlético-MG que não estava jogando. O treinador não estava me usando tanto e eu estava com uns 24 a 25 anos. Então, estava desanimado e eu não queria ir para o Recife. Meu empresário que me convenceu de ir para lá e me disse para ir que seria bom. E eu só pensava 'o que iria fazer no Recife'? Pois estava morando em Belo Horizonte, cidade muito boa e não queria ir", lembrou André, em entrevista ao Charla Podcast.
Hoje, o atacante enxerga a importância de ter aceitado o desafio. "Acabou que eu fui (para o Sport) e mudou minha vida ir para o Recife. Fiz grandes amigos lá... Meus amigos do Recife são amigos dos meus amigos do Rio de Janeiro. Sempre que dá, passo o ano novo lá... Já são dois anos seguidos. Iniciei e terminei a minha faculdade lá. Me formei lá. O Sport tem uma coisa na minha vida que me mudou muito. Me fez ser uma pessoa muito melhor. Tenho uma gratidão enorme pelo Sport e o que eu puder fazer para ajudar, eu irei fazer o máximo. Sou muito grato ao clube, desde os funcionários, que sempre me trataram com muito carinho. Então, tenho uma relação com Sport de muito carinho e respeito", frisou o ex-camisa 90.
Um dos responsáveis por convencer André a se transferir para o Sport acabou se tornando a sua melhor dupla de ataque na carreira. "Sem dúvidas, a minha melhor dupla no futebol foi o Diego Souza. O pessoal pensa que é o Neymar, mas não... É o Diego Souza. Nesse período que cheguei no Sport, eu praticamente morei na casa do Diego. Vivia na casa dele. Treinava e voltava com ele... E ele foi um dos caras que me levou para o Recife. Ele junto com Wendel e Durval, que já me conheciam do Santos. Eles que me bancaram... Que disseram para me levar e que cuidariam de mim, que não daria problema", contou o atacante.
Na temporada passada, André defendeu a equipe da Ponte Preta em 10 partidas na Série B e marcou um gol, mas apesar de não ter enfrentado o Sport nessa passagem, ele revelou que ficou na sua torcida para a equipe rubro-negra conquistar o acesso. "Torci muito para o Sport subir. Fico muito triste de ver o Sport na Segunda Divisão, porque é um clube muito grande. Tem umas brigas políticas ali dentro, igual ao Vasco... Essa briga pelo poder atrapalha o clube. Mas o Sport é um clube de massa, que tem uma história linda, tem o título da Copa do Brasil... No Nordeste é um dos poucos que tem título nacional. Mas é uma pena essa situação e precisa se organizar para voltar a ser forte", desejou.
FALTA DE RECONHECIMENTO AOS ÍDOLOS
Em suas três passagens pelo Sport, André conviveu com grandes ídolos do clube e confessa certa tristeza pela falta de reconhecimento e de homenagens aos atletas que fizeram história pela instituição.
"O Sport tem umas coisas que eu não entendo e que alguns clubes hoje já estão fazendo, que é uma despedida para os ídolos. Você pega um Magrão, por exemplo, não teve uma despedida, isso não existe. Você pega um Durval, também não teve uma despedida, não existe. Diego Souza também, pela história que tem com a torcida, não teve uma despedida. Uma homenagem que seja, uma entrega de uma camisa para o jogador, qualquer coisa. Vejo alguns clubes começando a mudar isso, mas tem de fazer mais. Tem de valorizar mais esses jogadores para as pessoas entendam que tem gente que passou por lá e conquistou títulos e fez coisas boas pelo clube. Você vai na Europa e vê toda uma comoção dos torcedores (com os ídolos)... E aqui não vemos isso", cobrou o atacante André.