Simples e ignorantes, assim Deus nos criou

Ignorante é a que ignora, não tem instrução, desconhece a existência de algo
JOSÉ EDSON F. MENDONÇA
Publicado em 04/09/2022 às 4:00


Uma pessoa simples, pode ser considerada singela, inocente, ingênua, modesta, humilde, e, também, como um indivíduo que vive sem riquezas, luxo ou ostentação.

Ignorante é a que ignora, não tem instrução, desconhece a existência de algo.

O Espiritismo esclarece que Deus criou todos os Espíritos, simples e ignorantes, isto é, sem conhecimento e sem consciência do bem e do mal, porém, perfectíveis, aptos a adquirir o que lhes falta; procedem todos do mesmo ponto de partida e são dotados de igual habilidade para progredir, além de indestrutíveis.

O Pai concedeu também ao homem, a inteligência e a capacidade de trabalhar e o campo para semear, possibilitando-lhe empreender a sua escalada evolutiva. Com a conquista do raciocínio, adquiri-se o livre arbítrio - a faculdade de escolher, por si mesmo, o caminho a palmilhar -, ficando imanente a responsabilidade e as consequências por todas as suas ações.

Desse modo, o Senhor da vida outorga a todos, indistintamente, as mesmas oportunidades de adquirir conhecimento e moralidade, as duas asas que nos conduzirão à angelitude.

Quis Ele, que a edificação própria seja efetivada gradativamente, ora como espírito encarnado, ora como ser livre da matéria, em existência espiritual; para tanto, tem o indivíduo de superar as provas e ressarcir as infrações causadas às Leis divinas - as quais se encontram ínsitas em sua consciência -, além de promover sua reforma moral constituindo-se em co-criador da Sua Obra.

No entanto, enquanto uns aproveitam utilmente as sucessivas chances - com submissão, trabalho e foco no bom caminho, usando bem o livre arbítrio -, e chegam mais depressa ao destino traçado, outros, resolvem seguir pela "porta larga da perdição", desperdiçam as possibilidades que o Pai lhes concedeu, e têm de voltar para reconstruir, demorando muito mais a atingir o objetivo maior, de espíritos purificados, a que todos estamos destinados (Mt, 7:13-14).

Desse modo, o espírito vai contabilizando em seu favor aquisições positivas no bem e tropeços no mal. Por conta dos desvios e equívocos, experimenta o sofrimento e a dor, como instrumentos reparadores e restabelecedores da harmonia quebrada.

Na jornada evolutiva, é importante ressaltar que o indivíduo não necessariamente precisa sofrer e passar pela fieira do mal. Quando resolve se engajar e persistir no bem, desde o início, vai se purificando e se libertando da necessidade de encarnar. A situação mais comum é a em que, talvez a maioria, vai se depurando dos vícios morais e das paixões conquistando as virtudes, gradualmente, ao longo de uma série de necessárias existências corporais.

Portanto, é de bom alvitre que observemos com muita atenção e determinação o ensinamento do Mestre Maior, segundo o qual: "Se permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos. E conhecereis a verdade, e ela vos libertará". (Jo, 8:31-32).

José Edson F. Mendonça participa do movimento espírita, como palestrante, é membro do Instituto Espírita Gabriel Delanne.

 

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