A consolidação do Real Hospital Português (RHP) nestes 165 anos de existência como referência médica no Norte-Nordeste sempre esteve acompanhada por seu caráter social. Desde a fundação, em 1855, quando o Brasil enfrentava um de seus maiores desafios os sanitários ao tentar combater a epidemia do cólera, o RHP já buscava soluções na medicina para ajudar a conter a disseminação da doença, atendendo os pacientes de forma igualitária.
“Podemos constatar que o RHP sempre teve um lado social muito forte, desde a sua fundação, quando o Hospital entrou na luta contra a epidemia do cólera, oferecendo assistência médica a pacientes carentes. Ao longo dos anos, essa essência não se perdeu. Como o SUS ainda não existia, nós buscávamos parcerias com a Secretaria de Saúde da época, para contribuir com o tratamento da população em geral”, relembra a gerente SUS no Real Hospital Português, Luciene Melo.
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O Secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, ressalta a importância do RHP no acompanhamento de pacientes de alta complexidade no Estado. Ele afirma que, apesar de o SUS ter uma grande rede própria que dá assistência à população, os hospitais conveniados ao sistema têm um importante papel na hora de desafogar o sistema público de saúde.
“Embora se tenha uma grande rede pública, os hospitais privados-filantrópicos contratualizados em Pernambuco são fundamentais para a assistência em várias áreas, entre elas as de cirurgia cardíaca e vascular, transplantes e hemodiálise, que são as que mais demandam atenção no Estado. O RHP é um dos maiores hospitais privado-filantrópico que temos e, sem dúvida, é um parceiro importante para o SUS nos procedimentos de alta complexidade, por ser referência na assistência à saúde no Norte-Nordeste”, destaca.
Pandemia
Num reencontro com sua origem, o RHP entrou na luta contra a pandemia do novo Coronavírus, assistindo, também, pacientes oriundos do SUS em Pernambuco. O Hospital chegou a dedicar 50 leitos de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) para o sistema público de saúde, reforçando ainda mais seu compromisso social com a população pernambucana.
Segundo o levantamento realizado pelo complexo de saúde, cerca de 340 casos graves oriundos do SUS foram tratados na unidade, entre os meses de abril e agosto. “Quando começamos a tratar pacientes com a Covid-19, vimos a necessidade de abrir leitos de UTI para ajudar o sistema público, porque os casos não paravam de subir. Por sermos um Hospital completo, a gente fez questão de tratar pacientes com o quadro grave da Covid-19 e, com isso, conseguimos ajudar o Sistema Único de Saúde a salvar vidas”, detalha Luciene Melo.
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Dentro da parceria entre RHP e SUS, começaram a ser tratados, inicialmente, casos do Recife e Região Metropolitana. Com a chegada do vírus ao interior, o complexo hospitalar passou a receber pessoas de vários municípios, como Garanhuns, Arcoverde, Nazaré da Mata e Serra Talhada. Os pacientes são todos encaminhados por meio da Secretaria Estadual de Saúde.
Na opinião do Secretário André Longo, o tratamento desses pacientes no RHP foi fundamental para Pernambuco conseguir conter a onda crescente de mortes que atingiu o Estado durante os primeiros meses da pandemia. Com o tratamento dos casos mais complexos assegurado, o Estado pode controlar ainda mais o número de óbitos. “Não podemos deixar de destacar e de agradecer o importantíssimo papel que o RHP está tendo no enfrentamento à Covid-19, com a dedicação desses leitos de UTI ao SUS. O RHP foi o hospital da rede privada que mais disponibilizou leitos para a assistência pública de saúde. Essa parceria surgiu na década passada, mas ainda hoje podemos colher os benefícios que toda essa relação tem dado à sociedade pernambucana”, analisa.
Cooperação
Além do atendimento a pacientes com a Covid-19, a relação entre o RHP e o SUS envolve outras áreas da assistência médica. Quando o SUS foi criado, fazia 12 anos que o Real Hospital Português havia realizado o primeiro transplante em Pernambuco. Hoje, em mais de três décadas de colaboração com o sistema público de saúde, o RHP atende à demanda do SUS em alta complexidade nas áreas de cirurgia cardíaca adulto e pediátrica, cirurgia vascular, cirurgia endovascular, hemodiálise e transplantes de medula óssea, renal, cardíaco e hepático.
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“Mesmo antes da existência do SUS, nós contribuíamos com a saúde da população em Pernambuco, por meio da parceria que sempre tivemos com a Secretaria Estadual de Saúde. O primeiro transplante renal do Estado foi feito pelo RHP, em 1976, fruto dessa cooperação entre as instituições. Mais tarde, em 1991, quando o Sistema Único já havia sido criado, tivemos o primeiro de coração. Já em 1999, foi a vez do pioneirismo nos procedimentos de medula óssea e, em 2015, conseguimos ampliar nosso programa, realizando o primeiro transplante hepático. Tudo graças à parceria e às nossas equipes treinadas e capacitadas”, explica Luciene Melo.
Até dezembro de 2019, foram realizados 4.381 transplantes no complexo hospitalar. Desse total, 2.261 foram de medula óssea; 1.796 renais; 210 cardíacos e 114 hepáticos. Além dos transplantes, o RHP também oferece tratamentos cirúrgicos de alta complexidade, pelo SUS. Apenas no ano de 2019, foram realizadas 3.623 cirurgias. Também 7.659 internamentos e 147.544 atendimentos ambulatoriais, dos quais 2.626 foram sessões de hemodiálise, num dos mais completos e modernos parques de hemodiálise do Estado.
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