PESQUISA DE DEMANDA

Com preços considerados 'altos', venda de imóveis com desconto crescem 68%

A percepção do comprador em relação à necessidade de descontos tem ligação direta com a realidade do preço que tem sido cobrado pelos vendedores e ou anunciantes de imóveis

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Lucas Moraes

Publicado em 14/05/2024 às 6:00
Notícia

Após recuar para patamar próximo ao piso da série histórica, em março de 2023, o percentual de transações imobiliárias efetivadas com desconto cresceu, no horizonte de um ano, para 68% das transações – a maior marca desde julho de 2020 (69%), de acordo com dados do FipeZap. O aumento das transações com desconto, entretanto, não foi acompanhado de uma majoração do percentual de desconto - já que considerando as informações das transações efetivadas nos últimos 12 meses que envolveram alguma redução no valor, o percentual médio de desconto negociado entre os compradores e os vendedores se manteve praticamente estável (em 11%) -.

A percepção do comprador em relação à necessidade de descontos tem ligação direta com a realidade do preço que tem sido cobrado pelos vendedores e ou anunciantes de imóveis. Conforme os dados da pesquisa de perfil da demanda por imóveis do FipeZap, aqueles que avaliam os valores dos imóveis como “altos ou muito altos” até recuou de 75%, na amostra do 1º trimestre de 2023, para 73%, no 1º trimestre de 2024, mas manteve em um nível que é considerado alto.  Paralelamente, o percentual de respondentes que enxergavam os preços atuais dos imóveis como “razoáveis” cresceu marginalmente de 15% para 17%, ao passo que percepção de que os preços atuais se encontravam em níveis “baixos ou muito baixos” se manteve estável (em 3%).

EXPECTATIVA DE ALTA NOS PREÇOS, MAS DESEJO DE COMPRAR

Já em relação à expectativa de preços para os próximos 12 meses, a última leitura revela que o percentual de respondentes que projetavam alta nominal no valor dos imóveis cresceu de 38%, no 1º trimestre de 2023, para 41% da amostra referente ao 1º trimestre de 2024. Comparativamente, a participação de respondentes que partilham de uma expectativa de manutenção dos preços atuais oscilou de 23% para 24% no período, enquanto o grupo de respondentes que apostavam na queda perdeu representatividade, passando de 14% para 10%.

Em termos de variação esperada para os preços, a alta projetada por compradores que adquiriram recentemente um imóvel (+8,2%) superou as expectativas formuladas por aqueles que adquiriram há mais de 12 meses (+2,5%) e por compradores potenciais (+0,5%). Como resultado, a expectativa média agregada dos respondentes da Pesquisa Raio-X do 1º trimestre de 2024 projetou uma alta nominal de 2,2% para os preços dos imóveis nos próximos 12 meses.

Em relação à expectativa de preços para os próximos 12 meses, a última leitura revela que o percentual de respondentes que projetavam alta nominal no valor dos imóveis cresceu de 38%, no 1º trimestre de 2023, para 41% da amostra referente ao 1º trimestre de 2024

INTENÇÃO DE COMPRA NÃO FOI ABALADA

Apesar da perspectiva de carestia em relação aos preços cobrados, a participação de compradores – grupo composto por respondentes que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses – registrou a
segunda alta consecutiva, passando a representar 11% da amostra do 1º trimestre de 2024. Em relação ao tipo do imóvel adquirido, a preferência por imóveis usados também cresceu (para 65%), ao passo que, entre os objetivos declarados, a destinação do imóvel para fins de “moradia” recuou em relação aos dois trimestres precedentes, embora tenha sido referida por 61% do público.

Considerando os respondentes que destinaram o imóvel adquirido para “moradia”, a opção “morar com alguém” se manteve majoritária (65%). Comparativamente, entre os investidores (39%), prevaleceu a intenção de alugar o imóvel recentemente adquirido para obtenção de renda (79%).

No 1º trimestre de 2024, a proporção de compradores potenciais – isto é, de respondentes que declararam intenção de adquirir um imóvel nos próximos três meses – cresceu de 38% para 40%, mantendo-se acima da média histórica da Pesquisa Raio-X FipeZAP (38%). Considerando os integrantes desse grupo, pouco
menos da de metade dos respondentes se mostrou indiferente entre imóveis novos e usados (48%), seguida pela preferência exclusiva por imóveis usados (41%) e imóveis novos (11%). Com respeito ao objetivo da compra pretendida, a intenção de destinar o imóvel para “moradia” foi destacada por 90% dos compradores potenciais.

A pesquisa Raio-X FipeZAP: Perfil da demanda de imóveis para o 1º trimestre de 2024 ouviu 1.247 respondentes entre os dias 08 e 26 de abril de 2024.

 

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