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Coronavírus deixa mais de 776 milhões de alunos fora da escola, diz Unesco

Cerca 15 nações fecharam as escolas de forma parcial

Agência Brasil
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Publicado em 17/03/2020 às 7:56 | Atualizado em 17/03/2020 às 7:57
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Até então, apenas os alunos do ensino médio podem assistir às aulas presencialmente em Pernambuco - FOTO: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

Pelo menos 85 países fecharam escolas em todo o território para tentar conter a disseminação do novo coronavírus. A medida teve impacto em mais de 776,7 milhões de crianças e jovens, segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.

Falando à ONU News, de Bruxelas, o representante da agência na ONU e em Organizações Internacionais, Vincent Defourny, disse que a agência atua junto das autoridades na implementação desse tipo de programas.

“A Unesco aconselha a aliviar o impacto sobre o currículo escolar de várias formas. A primeira coisa é fazer o uso mais extensivo possível de todos os recursos a distância, que podem ser pela internet, pela rádio, pela televisão e todas as formas que permitem aprender e manter contato com a aprendizagem a distância.”

Cerca 15 nações fecharam as escolas de forma parcial. Se a medida for implementada, em nível nacional, deixará mais centenas de milhões de alunos sem aulas. Defourny disse que é preciso conciliar esta decisão a cada realidade.

“Nesse contexto é muito importante também manter um vínculo com os alunos, criar comunidade e criar um sentido de pertença que seja importante tanto para os alunos como para os professores e para a comunidade. Por isso é muito importante que a estratégia de cada professor seja adaptada à circunstância do país e à circunstância da sua turma. Por isso, o currículo será revisado. Mas damos a possibilidade de manter esse vínculo de aprendizagem e de trabalhar a distância da melhor forma possível.”

Continuidade

Como parte das medidas para tentar retardar a propagação do novo coronavírus, a agência apoia ações para minimizar perturbações no sistema de educação e facilitar a continuidade do aprendizado, especialmente para os mais vulneráveis.

Uma reunião virtual com ministérios da Educação dos países afetados e preocupados em garantir meios alternativos de aprendizado para crianças e jovens juntou 73 países, incluindo ministros e vice-ministros.

Os temas discutidos na semana passada incluem a ajuda para preparar e implantar soluções de aprendizado à distância e de forma inclusiva, experiências e recursos digitais para abrir oportunidades a mais alunos sem grandes custos.

A agência incentiva plataformas de aprendizagem para apoiar a continuidade das aulas sem afetar o currículo local, parcerias para educação a distância e acompanhamento global de escolas e dos alunos afetados.

Oportunidades

A Unesco destaca que o encerramento das escolas, mesmo que seja de forma temporária, traz um custo social e econômico alto. Os mais favorecidos ficam com menos oportunidades para crescer e desenvolver.

Na área de nutrição, muitos menores ficam sem alimentos a que têm acesso na escola. Os pais com limitações para que os filhos acompanhem o aprendizado a distância podem sofrer com a falta de acesso a ferramentas digitais.

A Unesco aponta que vários menores também podem ter maior exposição a comportamentos de risco ficando sozinhos em casa.

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