Vaia

Prefeito de Nova York é vaiado em homenagem a George Floyd

O prefeito enfrenta a maior crise de liderança da cidade, que está tentando se recuperar da pandemia de coronavírus que matou mais de 21.000 de seus moradores

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 04/06/2020 às 21:14 | Atualizado em 04/06/2020 às 21:14
Sina Schuldt/dpa/AFP
Na homenagem, alguns dos milhares de manifestantes gritaram "De Blasio, volte para casa!" - FOTO: Sina Schuldt/dpa/AFP

O prefeito de Nova York foi vaiado nesta quinta-feira por uma multidão reunida para homenagear George Floyd, que o reprova por sua tolerância a táticas policiais pesadas contra manifestantes que desafiam o toque de recolher imposto até segunda-feira na cidade.

Centenas de manifestantes vaiaram o prefeito Bill de Blasio durante suas breves declarações na vigília no Brooklyn nesta quinta-feira, depois de uma noite em que a polícia bateu em manifestantes pacíficos, segundo vídeos transmitidos nas redes sociais.

De Blasio disse aos repórteres que não tinha visto os vídeos, mas defendeu a maneira como o toque de recolher foi implementado e disse que a polícia de Nova York mostrou "em geral muita restrição".

"No contexto da crise, no toque de recolher, há um ponto em que já basta", disse. "Se os policiais dizem que agora é a hora de ir para casa, é hora de ir para casa".

Na homenagem, alguns dos milhares de manifestantes gritaram "De Blasio, volte para casa!" e "Vote contra!". O prefeito deixou o local logo depois.

A morte de Floyd, um homem negro, em Minneapolis, na semana passada, provocou indignação em todo o país. Protestos maciços ocorrem diariamente em mais de 100 cidades, incluindo Nova York.

Floyd parou de respirar quando um policial branco pressionou seu pescoço com o joelho por quase nove minutos durante uma prisão por suposta compra de cigarros com uma nota falsa de US$ 20.

Os protestos se intensificaram no início da semana, e houve vários saques e confrontos, o que levou De Blasio a aprovar o primeiro toque de recolher desde a Segunda Guerra Mundial, que vigorará até a manhã de segunda-feira.

O prefeito enfrenta a maior crise de liderança da cidade, que está tentando se recuperar da pandemia de coronavírus que matou mais de 21.000 de seus moradores.

Ele foi criticado por apoiar táticas policiais, mas também por não impedir saques em lojas de luxo nos bairros de Manhattan no último domingo e na noite de segunda-feira.

Uma petição no site change.org lançada no ano passado pedindo a remoção do prefeito do cargo ganhou força nesta semana e agora tem cerca de 110.000 assinaturas.

O governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, que tem um relacionamento complicado com o prefeito, disse na terça-feira que tem poder para "desalojar" De Blasio.

Cerca de 400 membros atuais ou ex-membros do governo De Blasio assinaram uma carta aberta criticando sua recusa em condenar a "brutalidade" da polícia durante os protestos.

Um vídeo no sábado mostrou um carro da polícia acelerando contra manifestantes no Brooklyn.

De Blasio, 59, esperava se tornar o candidato democrata nas eleições presidenciais de novembro, mas sua campanha não ganhou muito apoio e ele teve que desistir da corrida.

Comentários

Últimas notícias