A empresa chinesa superou a sul-coreana Samsung e se tornou a líder mundial em vendas de telefones celulares no segundo trimestre, graças à demanda interna, informou nesta quinta-feira (30) a consultoria Canalys.
A Huawei, que enfrenta sanções dos Estados Unidos e a queda de suas vendas fora da China, venceu 55,8 milhões de telefones no período, superando pela primeira vez a Samsung, com 53,7 milhões, de acordo com a consultoria.
Este é o primeiro trimestre em nove anos em que uma empresa diferente da Samsung ou Apple lidera o mercado, destacou a Canalys.
As sanções americanas "derrubaram" as vendas da Huawei fora da China continental, mas a atividade cresceu e agora a empresa domina o mercado doméstico.
Mais de 70% dos smartphones da Huawei são vendidos na China, onde a Samsung tem uma parcela muito pequena do mercado, um sinal de "excepcional resistência", indicou a Canalys.
As vendas da Huawei no exterior, no entanto, caíram quase um terço no segundo trimestre. De acordo com o analista Mo Jia, da Canalys, isto demonstra que somente a força na China "não será suficiente para manter a Huawei no topo quando começar a recuperação da economia global".
A Huawei, líder mundial de equipamentos de redes de telecomunicações, virou um objeto de disputa entre Pequim e Washington, que alega que o grupo representa uma ameaça para a segurança.
O governo dos Estados Unidos decidiu afastar a Huawei de seu mercado e iniciou uma campanha global para isolar a empresa.
O Reino Unido cedeu à pressão americana e prometeu este mês que vai retirar a Huawei de sua rede de internet móvel 5G até 2027, apesar das ameaças chinesas de represália.
A decisão significa que as empresas terão que interromper as compras de equipamentos 5G da Huawei a partir do próximo ano e trocar o material já instalado até 2027.
Na quarta-feira, o embaixador dos Estados Unidos em Brasília fez uma advertência sobre as "consequências" para o Brasil caso o país escolha a Huawei para desenvolver a nova geração da tecnologia de telecomunicações.
Austrália e Japão já adotaram medidas para bloquear ou restringir a participação da empresa chinesa em suas redes 5G e várias operadoras de telecomunicações europeias, como a norueguesa Telenor e a sueca Telia, deixaram de comprar equipamentos da Huawei.
A justiça dos Estados Unidos também reclama a extradição da executiva da Huawei Meng Wanzhou, que acusa de fraude, um caso que complica as relações entre China e Canadá, onde ela está em prisão domiciliar.
Meng, diretora financeira da Huawei, foi detida em dezembro de 2018 com um mandato americano quando fazia uma escala em Vancouver (Canadá) e desde então luta para evitar a extradição.