Um estudo publicado na revista científica Jama, nesta sexta-feira (31), sugere que para reabrir as universidades dos Estados Unidos com segurança, durante a pandemia do novo coronavírus, é necessário que as instituições testem os alunos a cada dois dias.
O estudo, que foi realizado por pesquisadores das universidades americanas Havard e Yale, utiliza um modelo epidemiológico para analisar como o vírus causador da covid-19 se comporta em um cenário em que, dentro de um campus universitário com cinco mil alunos, dez deles estivessem infectados e sem apresentar sintomas no começo do semestre.
Para chegar a uma conclusão, o modelo epidemiológico considerou que o semestre tivesse 80 dias e que tivessem ocorrido novas infecções todas semanas, infecções essas que seriam identificadas nos testes a cada dois dias, sendo os infectados isolados. A partir disso, a equipe pesquisadora chegou ao número total de 243 infecções no final do período letivo.
Isso significa que em um cenário em que apenas 0,2% dos estudantes voltem às aulas infectados ainda no começo do semestre e sejam rapidamente identificados por meio dos testes feitos a cada dois dias, cerca de 4,86% ainda seriam infectados pelo coronavírus, mesmo que tenham tomado todas as medidas de prevenção necessárias.
Além dos testes feitos a cada dois dias, o estudo também considerou que a universidade exigisse a utilização de máscaras de proteção, limitasse a circulação dos estudantes dentro e fora do campus e adotasse medidas de distanciamento entre alunos, além de reduzir de forma significativa as interações entre alunos, professores e funcionários.
No mesmo cenário e condições, o estudo também considerou que se os testes fossem realizados a cada sete dias, o total de universitários contaminados no fim do período saltaria para 1.840.
Segundo a pesquisa, os testes em massa promovido pela instituição de ensino deverão custar para a universidade cerca de 470 dólares a mais por semestre, considerando que ele possua 80 dias.