Coronavírus afunda a economia mundial em uma recessão recorde

O novo coronavírus e as medidas de confinamento provocaram uma forte queda do Produto Interno Bruto (PIB) nas grandes potências
AFP
Publicado em 17/08/2020 às 10:34
. Foto: MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL


O Japão anunciou, nesta segunda-feira (17), uma queda histórica do PIB no segundo trimestre, seguindo assim a lista de recessões provocadas pela pandemia de COVID-19 na economia mundial, com a única exceção da China, que não entrou em recessão.

O novo coronavírus e as medidas de confinamento provocaram uma forte queda do Produto Interno Bruto (PIB) nas grandes potências, em muitos casos inédita desde o estabelecimento dos atuais métodos de cálculo.

A seguir, um resumo das quedas históricas de acordo com os dados dos institutos de estatísticas nacionais:

Estados Unidos, maior economia do planeta, sofreu uma queda de 9,5% no segundo trimestre, após um retrocesso de 1,3% no primeiro, segundo a OCDE, enquanto as estatísticas governamentais americanas informaram uma variação do ritmo anual de -32,9% entre abril e junho, mas este dado não pode ser comparado com os de outros países.

Depois de entrar em recessão no primeiro trimestre, o governo do Japão anunciou nesta segunda-feira que o PIB caiu 7,8% no segundo trimestre na comparação com o primeiro, o que representa o terceiro trimestre consecutivo de números negativos para a economia nipônica.

A queda da economia japonesa é a mais expressiva desde que o país do sol nascente começou a compilar dados comparáveis em 1980.

A terceira maior economia do planeta entrou em recessão no primeiro trimestre de 2020, mas com uma queda limitada a 0,6%, após a baixa de 1,9% no quarto trimestre de 2019.

Ao mesmo tempo, a China, segunda maior economia mundial e país onde surgiu a COVID-19, conseguiu evitar a recessão, depois que o PIB cresceu 11,5% no segundo trimestre, após uma queda de 10% entre janeiro e março.

Mas o crescimento do PIB chinês, que em ritmo anual foi de -6,8% e 3,2%, é um dos menores do país nas últimas décadas.

Na Europa, o conjunto da zona do euro registrou o resultado negativo de 12,1% no segundo trimestre, após um retrocesso de 3,6% nos três primeiros meses do ano, o que representa a queda mais importante desde o início das séries estatísticas, em 1995, do Instituto Europeu de Estatísticas (Eurostat).

A Alemanha, principal motor econômico do bloco, registrou queda de 10,1% no segundo trimestre, após uma baixa de 2% em janeiro-março.

A queda mais expressiva na zona do euro aconteceu na Espanha, com um retrocesso de 18,5% no segundo trimestre, após o recuo de 5,2% no primeiro.

A economia francesa também sofreu um forte impacto da COVID-19 e do confinamento: queda de 13,8% entre abril e junho e de 5,9% nos três primeiros meses do ano. Na Itália, o PIB caiu 12,4% e 5,4% no segundo e primeiro trimestre, respectivamente.

Mas o país europeu com maior retrocesso foi o Reino Unido, com o colapso de 20,4% entre abril e junho, depois da queda de 2,2% entre janeiro e março.

Na Rússia, a economia caiu 8,5%, consequência da pandemia, mas também da crise do petróleo.

 

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