O Facebook anunciou nesta quarta-feira (19) ter apagado ou restringido milhares de contas da extrema-direita vinculadas ao movimento QAnon, um conjunto de teorias da conspiração compartilhadas por partidários do presidente republicano, Donald Trump.
"Vimos crescer esses movimentos que, embora não organizem diretamente episódios de violência, incentivam atos violentos, mostram que têm armas e sugerem que vão usá-las", explicou a empresa americana em nota.
A rede social também tomou medidas contra "grupos anarquistas que incentivam a violência nas manifestações" e contra milícias instaladas nos Estados Unidos.
Os usuários do Facebook podem continuar a postar conteúdo em apoio ao QAnon, contanto que não violem nenhuma regra da rede social, o que irá "restringir sua capacidade de organização".
Segundo os adeptos do movimento, uma organização criminosa formada pelos Clintons, Obamas, Rothschilds e outros membros da elite mundial dirige os Estados Unidos há décadas.
Apoiadores dessas teorias acreditam que Donald Trump dará um fim à trama e devolverá o poder ao povo.
O Facebook removeu cerca de 800 grupos, 100 páginas e 1.500 anúncios vinculados a esse movimento de sua plataforma principal.
A empresa também tomou medidas para reduzir o alcance de mais de 10.000 contas em sua outra rede social, o Instagram, e quase 2.000 grupos e 440 páginas no Facebook, limitando recomendações, diminuindo sua posição no feed de notícias ou impedindo-os de fazer publicidade.
O Facebook vem sendo pressionado para evitar a repetição dos escândalos sobre as eleições presidenciais em 2016, marcadas por campanhas de desinformação e pela manipulação de eleitores nas redes sociais.
Alguns políticos e diversas ONGs acusam a empresa californiana de ser muito permissiva no que se refere a conteúdos de ódio, resultando em um boicote publicitário de centenas de empresas à plataforma.
O Twitter também excluiu milhares de contas relacionadas ao QAnon no último mês.