O governo venezuelano informou nesta quarta-feira (2) que convidou as Nações Unidas e a União Europeia a participarem como observadores das eleições parlamentares de 6 de dezembro, por meio de uma carta enviada aos dirigentes de ambas as organizações.
"Informo que ontem (terça-feira) enviamos a Antonio Guterres e Josep Borrell uma carta sobre as amplas garantias eleitorais acordadas para as próximas eleições parlamentares, (...) reiterando o convite para que as Nações Unidas e a União Europeia participem como observadores", afirmou o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, nesta quarta-feira no Twitter.
O convite ocorreu um dia depois do presidente Nicolás Maduro conceder indulto a mais de uma centena de opositores, 26 deles deputados no exílio cuja imunidade parlamentar havia sido caçada, além de vários colaboradores do chefe do Legislativo, Juan Guaidó.
Maduro disse na terça-feira que confia que o gesto dirigido aos opositores servirá "para avançar no diálogo", "criar condições que permitam a mais ampla participação eleitoral" e "confiança" no processo eleitoral.
As eleições para renovar o Parlamento, único poder nas mãos da oposição, são boicotadas pelos principais partidos da oposição por serem consideradas uma "fraude", marcada pela desqualificação de partidos pelo Supremo Tribunal de Justiça, de linha chavista.
No dia 11 de agosto, Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, pediu o adiamento das eleições legislativas, considerando que "não havia condições para um processo eleitoral transparente, inclusivo, livre e justo".
Borrell também argumentou que não havia garantias suficientes "para a União Europeia enviar uma missão de observação eleitoral".
No entanto, nesta terça-feira Borrell afirmou no Twitter que "a libertação de um número considerável de presos políticos e deputados perseguidos na Venezuela é uma boa notícia e uma condição sine qua non para continuar avançando na organização de eleições livres, inclusivas e transparentes".
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, expressou na terça-feira estar satisfeita com a medida de Maduro, que beneficiou 110 opositores, 50 deles considerados "presos políticos" pela ONG Foro Penal.
No entanto, os Estados Unidos, à frente dos 50 governos que reconhecem Guaidó como presidente interino, ressaltaram à AFP na terça-feira que os "perdões" são apenas "ações simbólicas" que não merecem aplausos.
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