Biden diz que Cuba, China e Rússia contribuíram para impasse político na Venezuela

A declaração foi feita durante entrevista do candidato democrata à um canal de TV
AFP
Publicado em 03/09/2020 às 8:24
Em nível nacional, Biden supera Trump nas pesquisas por 49,7% a 42,2%, mas quem chegar à Casa Branca terá que somar os votos de cada estado Foto: Foto: SAUL LOEB / AFP


O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, disse em entrevista à TV que Cuba, China e Rússia contribuíram para o impasse político na Venezuela, e que a política do presidente Donald Trump para Caracas foi um "fracasso abjeto" e fortaleceu o presidente Nicolás Maduro.

"Cuba, juntamente com Rússia e China, contribuíram para o impasse político na Venezuela", afirmou Biden a uma filial da NBC no sul da Flórida, segundo trechos de uma entrevista que será exibida na íntegra no próximo domingo.

A Florida é um estado-chave para se chegar à Casa Branca, e ali reside um grande número de cubanos contrários ao governo e venezuelanos críticos de Maduro.

Em relação à política de seu adversário em 3 de novembro, Biden chamou a estratégia de Trump de um "fracasso abjeto" e disse que "Maduro ficou mais forte" desde que o magnata republicano assumiu o cargo em 2017.

"As pessoas estão em situação pior, passando por uma das piores crises humanitárias do mundo e o país não está mais perto de realizar eleições livres", disse o ex-vice-presidente do governo Barack Obama (2009-2017).

Luta pela Flórida 

A eleição nos Estados Unidos deve ser bastante disputada. Em nível nacional, Biden supera Trump nas pesquisas por 49,7% a 42,2%, mas quem chegar à Casa Branca terá que somar os votos de cada estado. Na Flórida, Biden ultrapassa Trump por 49% a 45,3%, de acordo com pesquisas compiladas pela Real Clear Politics.

Trump defende uma estratégia de pressão máxima, com sanções progressivas para obrigar Maduro a deixar o poder, por considerar o segundo mandato do venezuelano ilegítimo, devido a irregularidades nas eleições.

O governo Trump foi o primeiro a reconhecer o líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, como presidente interino, no início de 2019, mas, desde então, Maduro se fortaleceu no poder, apesar da crise econômica abissal e dos milhões de refugiados, com a ajuda de Cuba e o apoio da China e da Rússia.

Trump, no entanto, não quis oferecer o Status de Proteção Temporária (TPS, sigla em inglês) aos venezuelanos no país, proteção migratória que Biden defende e prometeu que lhes concederá.

O ex-congressista venezuelano Leopoldo Martínez, que faz parte do Comitê Nacional Democrata, explicou à AFP que Biden entende que, para se obter uma solução democrática na Venezuela, os esforços da comunidade internacional e a diplomacia americana têm que pressionar China e Rússia.

 

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