Manifestação

Mundo reage em choque à invasão do Capitólio nos Estados Unidos

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, por sua vez, lamentou as "cenas profundamente perturbadoras no Capitólio"

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AFP

Publicado em 06/01/2021 às 20:07 | Atualizado em 07/01/2021 às 1:08
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Atualizada às 23h58

A invasão do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, por apoiadores do presidente Donald Trump, nesta quarta-feira (6), proporcionou "cenas chocantes", alertou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, uma manifestação compartilhada por vários líderes mundiais. A chegada dos partidários furiosos de Trump forçou a interrupção da sessão destinada a certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro.

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"Cenas chocantes em Washington. O resultado dessa eleição democrática deve ser respeitado", escreveu no Twitter o chefe da aliança militar atlântica.

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Ao contrário do que se viu pelo mundo, o presidente Jair Bolsonaro, um aliado de Trump, evitou criticar a violência ocorrida no Capitólio e se mostrou compreensivo com os distúrbios devido às acusações de fraude eleitoral nos Estados Unidos.

Houve "muitas denúncias de fraude" nas eleições, disse Bolsonaro.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela expressou "preocupação" com o que chamou de "atos de violência" em Washington.

“Os Estados Unidos sofrem do mesmo que criaram em outros países com suas políticas agressivas. A Venezuela condena a polarização política e espera que o povo americano abra um novo caminho para a estabilidade e a justiça social”, continuou.

Por sua vez, o líder da oposição Juan Guaidó afirmou no Twitter que o “ataque ao Capitólio é o ataque à democracia”.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, por sua vez, lamentou as "cenas profundamente perturbadoras no Capitólio".

"Os votos dos cidadãos devem ser respeitados. Confiamos que os Estados Unidos garantirão a proteção das regras da democracia", disse o líder do legislativo europeu em um tuíte.

O Alto Representante (chefe da diplomacia) da UE, Josep Borrell, também denunciou um ataque sem precedentes à democracia nos Estados Unidos e pediu respeito ao resultado das eleições de novembro.

"Aos olhos do mundo, a democracia americana parece estar sob assédio. É um ataque sem precedentes à democracia dos Estados Unidos, suas instituições e o império da lei. Isto não são os Estados Unidos. Os resultados das eleições de 3 de novembro devem ser plenamente respeitados", afirmou Borrell no Twitter.

O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, também condenou o que chamou de "um ataque grave contra a democracia".

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"A violência contra as instituições americanas é um ataque grave contra a democracia. Eu a condeno. A vontade e o voto do povo americano devem ser respeitados", tuitou o ministro francês.

Enquanto isso, o comissário da União Europeia para a Economia, Paolo Gentiloni, postou no Twitter uma foto dos apoiadores de Trump nos corredores do Capitólio e comentou: "Vergonha".

Em outra mensagem, ele observou que se tratam de "imagens que não gostaríamos de ter visto".

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Antigo aliado de Trump, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou o que chamou de "cenas vergonhosas" de Washington e pediu uma "transição pacífica" de poder com o democrata Joe Biden.

"Cenas vergonhosas no Congresso americano. Os Estados Unidos são os defensores da democracia em todo o mundo e agora é vital que a transferência do poder seja feita de forma pacífica e ordeira", afirmou Johnson no Twitter.

"Os Estados Unidos têm, e com razão, muito orgulho de sua democracia e nada pode justificar essas tentativas violentas de inviabilizar a transição legal de poder", criticou o chanceler britânico, Dominic Raab.

"Cenas chocantes e profundamente tristes em Washington D.C. que devem ser chamadas do que são: uma agressão deliberada à democracia por um presidente que está deixando o cargo e seus apoiadores, que estão tentando reverter uma eleição livre e legítima", condenou seu homólogo irlandês, Simon Coveney.

"O mundo está de olho em vocês", acrescentou, pedindo uma "volta à calma".

O primeiro-ministro irlandês, Michael Martin, lembrou o "vínculo profundo" de seu país com os Estados Unidos, declarando que estava acompanhando os acontecimentos em Washington com "grande preocupação e consternação".

Mais cedo, o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, exortou os seguidores do presidente Trump, a "deixarem de pisotear a democracia" depois que eles invadiram o Congresso americano, em Washington.

"Trump e seus seguidores deveriam finalmente aceitar a decisão dos eleitores americanos e deixar de pisotear a democracia", tuitou, acrescentando que "as palavras incendiárias viram ações violentas".

"O que se está vendo neste momento em Washington é um ataque totalmente inaceitável contra a democracia nos Estados Unidos. O presidente Trump tem a responsabilidade de detê-lo. Imagens assustadoras, incrível que seja nos Estados Unidos", reagiu por sua vez a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou em comunicado "o atentado contra as instituições nos Estados Unidos" e pediu a volta "necessária à racionalidade e a conclusão do processo eleitoral conforme a Constituição".

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Apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entram na Rotunda do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, em Washington, DC. Os manifestantes violaram a segurança e entraram no Capitólio enquanto o Congresso debatia a Certificação de Voto Eleitoral da eleição presidencial de 2020. - AFP FOTOS
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Cenário de caos no Capitólio, nesta quarta-feira (6) - TASOS KATOPODIS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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Os protestos foram realizados nesta quarta-feira (6) - AFP FOTOS
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Apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, em frente ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, em Washington, DC. Os manifestantes violaram a segurança e entraram no Capitólio enquanto o Congresso debatia a Certificação de Voto Eleitoral da eleição presidencial de 2020. - ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
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Policiais em equipamento anti-motim caminha em direção ao Capitólio dos EUA enquanto os manifestantes entram no prédio em 6 de janeiro de 2021 em Washington, DC. Os apoiadores de Trump se reuniram na capital do país hoje para protestar contra a ratificação da vitória do Colégio Eleitoral do presidente eleito Joe Biden sobre o presidente Trump nas eleições de 2020. - TASOS KATOPODIS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP
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Congresso realiza sessão conjunta para ratificar a eleição presidencial de 2020 - AFP FOTOS

 

Senado americano volta a se reunir para certificar vitória de Biden

O Senado dos Estados Unidos voltou a se reunir nesta quarta-feira (6) e retomou o processo de certificação da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais, depois de uma pausa de várias horas devido à invasão do Capitólio por parte de apoiadores de Donald Trump.

Na reabertura da sessão, o vice-presidente Mike Pence lamentou "um dia obscuro" e condenou a violência dos manifestantes.

"Mesmo depois da violência e vandalismo sem precedentes neste Capitólio, os representantes eleitos do povo dos Estados Unidos se reúnem novamente neste mesmo dia para defender a Constituição", destacou Pence.

Uma multidão de partidários de Trump invadiu o Capitólio durante várias horas nesta quarta-feira, o que obrigou os congressistas a serem confinados e pressionou a capital americana a declarar um toque de recolher na cidade.

O líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, afirmou na retomada da sessão que a Câmara "não se deixaria intimidar".

"Tentarão perturbar nossa democracia e falharam", declarou.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou que os atos desta quarta, provocados "pelas palavras, as mentiras" de Trump, deixarão "uma mancha que não será apagada facilmente".

 

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