Morte de George Floyd completa um ano de reflexões nos EUA
Chauvin foi exonerado da polícia de Minneapolis e em março compareceu diante de um tribunal acusado de assassinato e homicídio involuntário pela morte de Floyd
"Dia da Iluminação". É assim como o George Floyd Memorial Center quer relembrar o 25 de maio, o aniversário da morte deste afro-americano de 46 anos morto asfixiado pelo joelho de um policial branco em Minneapolis.
"Este dia de brutalidade abriu os olhos do mundo para a difícil situação dos afro-americanos", disse o site do Memorial Center. As dores da morte de Floyd entretanto ainda são sentidas um ano depois.
A polícia de Minneapolis recebeu um chamado sobre a suspeita de um homem ter usado uma nota falsa para comprar cigarros. Ao ser abordado pela polícia, George Floyd resistiu à prisão e terminou com seu rosto pressionado no chão enquanto suas mãos estavam presas.
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Derek Chauvin, um agente com 17 anos de carreira no Departamento de Polícia de Minneapolis, sustentou seu joelho sobre o pescoço de Floyd durante mais de nove minutos, até que o homem negro desmaiou e morreu por asfixia. Uma jovem de 17 anos gravou um vídeo da ação policial em seu telefone e a filmagem logo se tornou viral.
O vídeo da morte de Floyde provocou uma comoção nacional contra a injustiça racial e a brutalidade policial que se expandiu para além das fronteiras norte-americanas. Manifestações consideradas maiores do que o movimento de direitos civis de 1960.
Isso foi refletido nas eleições presidenciais de 2020, nas quais Joe Biden, candidato democrata para a Casa Branca, vice-presidente durante a gestão de Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, se tornou uma figura popular na comunidade negra.
Diferente de seu rival presidencial Donald Trump que apoiou a polícia, se apresentando como o candidato da "lei e da ordem" e culpando os "anti-fascistas" e as "turmas" esquerdistas pela violência que assolou as ruas do país.
Biden se comprometeu a desmantelar o "racismo sistêmico" caso viesse a ser eleito presidente. O democrata venceu as eleições em 4 de novembro, com o apoio maciço dos eleitores negros. Joe Biden havia indicado Kamala Harris, uma mulher negra, como sua vice-presidente, e após sua posse como líder dos Estados Unidos, escolheu um homem negro para encabeçar o Pentágono, outra decisão histórica.
Uma de suas persistentes tentativas de aprovar uma lei sobre a atuação policial batizada com o nome de George Floyd tem sido barrada pela oposição republicana no Senado. Chauvin foi exonerado da polícia de Minneapolis e em março compareceu diante de um tribunal acusado de assassinato e homicídio involuntário pela morte de Floyd.
O julgamento, transmitido ao vivo, foi visto por milhões de pessoas e contou com o testemunho de pessoas que relataram as fracassadas tentativas para salvar a vida do afro-americano. Em 20 de abril, um júri o considerou culpado das três acusações, dando um respiro de alívio aos Estados Unidos.