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Bolsonaro discursa na abertura da Assembleia Geral da ONU nesta segunda (21)

Com a vacinação amplamente defendida por líderes mundiais como o primeiro-ministro britânico Boris Johnson e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Bolsonaro destoa do restante do mundo no evento da ONU

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Estadão Conteúdo

Publicado em 21/09/2021 às 8:27 | Atualizado em 21/09/2021 às 9:40
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Único entre os chefes dos países G-20 a recusar publicamente a imunização, Bolsonaro discursará na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (21), às 10h (horário de Brasília). O encontro discutirá, entre outros pontos, a vacinação contra a covid-19.
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O Itamaraty quer que o presidente anuncie a doação de vacinas contra covid-19 a outros países da região, como Haiti, na abertura da Assembleia-Geral da ONU nesta terça e fale dos bons números da campanha de vacinação brasileira.

No discurso, o presidente do Brasil também deve falar da questão ambiental. Bolsonaro deve dizer que os recursos para o Ibama foram duplicados, que houve anúncio de contratação de mais de 700 servidores para a fiscalização ambiental e que os números de desmate ilegal na Amazônia caíram em julho e agosto deste ano, na comparação com o ano passado.
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Postura antivacina

Com a vacinação amplamente defendida por líderes mundiais como o primeiro-ministro britânico Boris Johnson e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Bolsonaro destoa do restante do mundo no evento da ONU e tem procurado saídas para poder circular em Nova York sem vacina.

Em audiência ontem com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, Bolsonaro ouviu quieto os elogios do britânico à vacina produzida pela farmacêutica britânica AstraZeneca. Johnson, que acabara de sugerir a jornalistas que tomassem a vacina, disse a Bolsonaro: "Eu tomei duas vezes já". O brasileiro respondeu com o sinal negativo das mãos e completou: "Eu ainda não".
Bolsonaro já poderia ter se vacinado desde abril, mas, além de recusar a aplicação da dose, tem feito reiteradas críticas a imunizantes aplicados no País, como a Coronavac. Na semana passada, orientou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a suspender a vacinação em adolescentes, apesar de a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter liberado o uso do produto da Pfizer nesta faixa etária.

Restrições

Além de se isolar na ONU como negacionista da vacina, Bolsonaro teve sua circulação restrita em Nova York, que sedia a assembleia de nações. A cidade exige imunização para uma série de atividades e o próprio organismo orientou que as delegações estivessem imunizadas ao desembarcar na cidade.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, mandou ontem um recado hostil para Bolsonaro para que ele não viajasse à cidade, embora o brasileiro já estivesse lá. "Precisamos enviar uma mensagem a todos os líderes mundiais, incluindo, principalmente Bolsonaro, do Brasil, que, se você pretende vir aqui, você precisa ser vacinado. Se não quiser ser vacinado, não se incomode em vir, porque todos deveriam estar seguros juntos. Isso significa que todos precisam ser vacinados", disse De Blasio a jornalistas.
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Bolsonaro e sua comitiva têm usado estratégias para driblar a restrição. Para almoçar ontem, ele sentou na área externa de uma churrascaria brasileira. Sem vacina, ele não pode se sentar no salão interno. As mesas do lado de fora não podiam ser vistas a partir da rua porque foram cercadas pelo restaurante por panos pretos colocados para proteger a comitiva do presidente da visão dos pedestres. O almoço aconteceu logo após a reunião com Johnson.

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