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"Mega cometa" descoberto por brasileiro se aproxima da Terra

Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta quarta-feira (6), o astrofísico Antônio Carlos Miranda esclareceu as dúvidas sobre o astro

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Julianna Valença

Publicado em 06/10/2021 às 12:51 | Atualizado em 07/10/2021 às 15:13
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Recentemente o cometa Bernardinelli-Bernstein (C/2014 UN271), o maior cometa descoberto, entrou em discussão devido ao seu tamanho - 150 km - e a maior possibilidade de colidir com à Terra. O impacto do “mega cometa” com o planeta causaria a extinção humana. Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta quarta-feira (6), o astrofísico Antônio Carlos Miranda esclareceu as dúvidas sobre o astro.

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O Bernardinelli-Bernstein foi visto pela primeira vez em 2014. O nome é em homenagem ao cientista brasileiro, formado pela Universidade de São Paulo (SP), que o descobriu.

Logo de início o astrofísico tranquilizou a população sobre o risco iminente de colisão com o planeta. “Esse cometa está há alguns bilhões de quilômetros de distância da gente. A previsão é que ele demore cerca de dez anos para chegar perto da nossa região. A expectativa é que quanto mais perto mais dados e mais informações tivermos sobre ele”, afirmou Antônio Carlos Miranda.

O astro estava a 4 bilhões de km do Sol no ano em que foi descoberto. Em junho deste ano, foi visto que essa distância diminui para 3 bilhões de km.

“É preciso investir mais em ciência para que a gente tenha mais informações para proteger a Terra e a própria humanidade. Com o investimento até quem sabe as ideias mostradas em ficção científica de mandar um foguete ou míssil no espaço para conter o cometa - essas ideias já existem em projetos oficiais”, explicou.

“Quanto mais se investe na ciência mais a humanidade tem certeza e menos medo. A descoberta feita Bernardinelli é uma coisa boa, um orgulho para os cientistas brasileiros”, completou.

 O que aconteceria com o mundo com a colisão?

Formado por um núcleo poroso, que pode conter componentes metálicos e envolto por água congelada, os cometas vagam pelo universo sem rumo e podem colidir em qualquer corpo que esteja em seu caminho ou o atraia pela gravidade. De acordo com o especialista, esses objetos normalmente não colidem com a Terra devido à "proteção" que outros planetas do sistema solar fazem ao nosso, além também do próprio Sol.

No entanto, uma colisão com o nosso planeta seria devastador. "Caso ocorra uma colisão com a Terra, mesmo que o núcleo dele [cometa] seja muito menor que 150km, por exemplo, se for 1km só, com a velocidade que ele pode cair no mar, provocaria um tsunami poderoso, uma destruição grande. Se cair na terra o impacto é tão grande que pode provocar terremotos. A poeira que isso levantaria ocultaria a entrada de reais solares por 11 anos. Então, é uma catástrofe enorme", afirma Antônio Carlos Miranda.

"Se isso acontecer podemos ser os próximos dinossauros. Vamos torcer para que a ciência comprove que ele não vai bater e, se acontecer, que haja tecnologia para afastá-lo", finalizou o cientista.

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