A Ucrânia não pode negociar com a Rússia após a organização de "referendos" de anexação em quatro regiões ucranianas, três das quais já anunciaram na noite dessa terça-feira (27) que o "sim" venceu, declarou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, à ONU.
"O reconhecimento pela Rússia dos 'pseudo-referendos' como 'normais', a aplicação" do mesmo plano que na Crimeia, é uma nova tentativa de anexar uma parte do território ucraniano, o que significa que nós não negociamos com o atual presidente russo", disse Zelensky em vídeo gravado e exibido durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
O presidente ucraniano falou antes dos anúncios dos primeiros resultados dos "referendos" de anexação nas regiões ucranianas de Kherson, Zaporizhzhia e Lugansk, onde o "sim" para a anexação à Rússia venceu com folga, segundo os resultados anunciados pelas autoridades pró-russas locais.
As autoridades separatistas pró-russas da região de Donetsk, no Donbass ucraniano (leste), anunciaram na noite desta terça a vitória do "sim".
O presidente ucraniano denunciou perante a ONU "uma farsa" com resultados "arranjados desde antes".
"A anexação dos territórios é a violação mais brutal da Carta das Nações Unidas", acrescentou no vídeo.
Segundo ele, a Rússia deveria "ser excluída de todas as organizações internacionais" por estas ações, ou ao menos ser suspensa.
A secretária-geral adjunta de Assuntos Políticos da ONU, Rosemary DiCarlo, reiterou nesta terça-feira (27), durante uma reunião do Conselho de Segurança sobre os "referendos" de anexação na Ucrânia, o apoio das Nações Unidas à "integridade territorial da Ucrânia" dentro de suas "fronteiras reconhecidas".
"Permitam-me reiterar que as Nações Unidas seguem plenamente comprometidas com a soberania, a unidade, a independência e a integridade territorial da Ucrânia, dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente", disse DiCarlo no início da reunião.
Nas regiões ucranianas de Donetsk, Kherson, Zaporizhzhia e Lugansk o "sim" para a anexação da Rússia venceu, segundo os resultados anunciados pelas autoridades pró-Rússia locais.
"Tal anexação coloca (o presidente russo, Vladimir Putin) em uma situação de isolamento contra toda a humanidade. É necessário um sinal claro de todos os países do mundo", acrescentou Zelensky.
Depois, dirigindo-se ao Conselho de Segurança, apontou: "Acredito em sua capacidade de agir".