COP27: Marina Silva antecipa agenda de Lula no Egito

À espera da chegada de Lula, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), antecipou nesta quinta-feira (10) na COP27, no Egito, alguns pontos da agenda ambiental do presidente eleito, que quer fazer do Brasil um líder no combate às mudanças climáticas
AFP
Publicado em 10/11/2022 às 22:51
CONVIDADO Lula viajará na segunda para participar da COP27, onde se reunirá com líderes internacionais Foto: AHMAD GHARABLI / AFP


À espera da chegada de Lula, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), antecipou nesta quinta-feira (10) na COP27, no Egito, alguns pontos da agenda ambiental do presidente eleito, que quer fazer do Brasil um líder no combate às mudanças climáticas.

Marina, que poderia voltar a chefiar a pasta que comandou entre 2003 e 2008 quando Lula foi presidente, se reuniu com o enviado americano para o clima, John Kerry, em Sharm el Sheikh, onde é realizada a cúpula anual da ONU contra as mudanças climáticas.

"O Brasil é um interlocutor importante para o governo Biden e devemos buscar ampliar essa cooperação", declarou Marina a jornalistas.

No campo climático, acrescentou, "obviamente estamos interessados em cooperação de natureza técnica-científica" e em ampliar os recursos financeiros internacionais para a preservação da floresta amazônica, acrescentou.

O desmatamento da Amazônia, um dos maiores sumidouros de CO2 do planeta, foi um dos grandes temas de interesse internacional durante as eleições presidenciais, em outubro.

Desde que chegou ao poder, em 2019, Jair Bolsonaro promoveu o garimpo e atividades agropecuárias, inclusive em áreas protegidas, em nome do desenvolvimento econômico. No período 2020-2021, o desmatamento na maior floresta tropical do planeta bateu um recorde em 15 anos, segundo dados oficiais.

Este desmatamento é a causa de 46% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, segundo a ONG Observatório do Clima.

Marina Silva disse que a equipe de Luiz Inácio Lula da Siva, que viaja ao Egito na próxima semana, quer "uma iniciativa global que ajude a proteger as florestas".

E destacou que existe "um compromisso claro" de Lula neste sentido, "não só no caso do Brasil, mas também em relação à África e aos países da Ásia", que deve ser acompanhado de "recursos para os países vulneráveis".

Em outro ato em Sharm el Sheikh, a também ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira (2010-2016), disse ter viajado ao Egito a pedido da equipe de transição de Lula e se apresentou como a defensora do "Brasil verdadeiro que já voltou para o mundo".

Ela também defendeu o desmantelamento das políticas de Bolsonaro, a quem Lula sucederá em 1º de janeiro de 2023.

"O desmatamento é a ponta do iceberg de um conjunto de situações que devem ser deixadas para trás", disse Izabella, que insistiu na necessidade de políticas de inclusão econômica.

 

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