As operações de busca pelo submarino Titan, que sumiu no domingo (18) em expedição aos dos destroços do Titanic, continuam em andamento.
Especialistas calculam que os cinco ocupantes do submarino têm oxigênio para menos de 24 horas.
A comunicação com o submersível Titan, com capacidade para cinco pessoas e oxigênio de emergência para 96 horas, foi perdida quase duas horas depois de o equipamento iniciar a descida em direção ao que restou do transatlântico, a quase 4.000 metros de profundidade e a cerca de 600 quilômetros de Terra Nova, no Atlântico Norte.
O estimado pela marinha americana é que as cinco pessoas que embarcaram nessa viagem ao fundo do mar fiquem sem oxigênio por volta das 6h de quinta-feira (22).
ÚLTIMAS NOTÍCIAS SOBRE O SUBMARINO DESAPARECIDO
As equipes de resgate que procuram o submersível desaparecido perto dos destroços do Titanic detectaram "ruídos subaquáticos", semelhantes a batidas na área de busca, anunciou a Guarda Costeira dos Estados Unidos.
Esses sons foram registrados em intervalos de 30 minutos e repetiram-se aproximadamente quatro horas depois.
Com isso, as operações foram redirecionadas para a área em que os ruídos foram captados. Porém, até o momento, não foi encontrado nenhum sinal do submarino.
Especialistas acreditam que os ruídos podem ser emitidos de dentro da embarcação, possivelmente como um sinal de alerta.
Além disso, uma aeronave canadense localizou um objeto retangular branco na água, levando ao direcionamento de um navio para auxiliar nas buscas nessa região.
Cinco barcos, aos quais se somarão outros cinco nas próximas horas, equipados com sonares e tecnologia de ponta, estão varrendo uma área de 20.000 km², aproximadamente o tamanho do estado de Sergipe, e a uma profundidade de quase quatro quilômetros, enquanto aviões sobrevoam o local em busca de qualquer sinal do submersível.
O Pentágono anunciou o envio de um terceiro avião C-130 e de outros três C-17, enquanto um robô submarino, enviado pelo Instituto Oceanográfico francês, seria incorporado às buscas nesta quarta.
A Marinha Real do Canadá enviou um navio com câmara hiperbárica a bordo e especialistas com assistência médica, que se une a outra embarcação de serviço da Guarda-costeira equipado com instrumentos de sonar avançados. Outros dois se dirigem até o local, segundo as autoridades do país.
A Horizon Maritime, empresa proprietária do Polar Prince, o barco que lançou o submersível, também está enviando outra embarcação com uma equipe de buscas em águas profundas.
SAÚDE DOS TRIPULANTES DO SUBMARINO DESAPARECIDO
Todos estavam cientes dos perigos de uma expedição como essa, afirmou à BBC Mike Reiss, roteirista de televisão americano que visitou os destroços do Titanic no mesmo submersível no ano passado.
O VivaBem, do UOL, conversou com o médico Bruno Parente, atual diretor de medicina ocupacional e do mergulho da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica, para entender como pode estar a saúde dos passageiros.
De acordo com o médico, além dos perigos físicos, a tripulação do submersível está vulnerável a crises de pânico e ansiedade, que pode piorar ainda mais a situação.
"A desestabilização emocional pode levar a más escolhas. O cenário é desafiador, mas torcemos para que tudo dê certo", afirmou.
Veículos como o que desapareceu contam com um mecanismo para retirar o dióxido de carbono, que é tóxico, mas a capacidade do sistema é limitada e depende do suprimento de energia.
O excesso de gás carbônico é tão prejudicial quanto a falta de oxigênio.
Os tripulantes podem sentir:
- Asfixia;
- Sonolência;
- Vertigem.
Com o tempo, a tendência é que percam os sentidos.
QUEM ESTÁ NO SUBMARINO?
Cinco pessoas viajam no submersível, incluindo o bilionário e aviador britânico Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation.
Assim como o empresário paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho, Suleman.
O francês Paul-Henri Nargeolet, mergulhador veterano e especialista nos destroços do Titanic, e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions, responsável pelos mergulhos turísticos.
Todos, no entanto, estavam cientes dos perigos da expedição, disse a BBC, Mike Reiss, roteirista de televisão americano que visitou os destroços do Titanic no mesmo submersível no ano passado.
"Você assina um documento antes de embarcar, e na primeira página a morte é mencionada três vezes", relembra.
Com informações da AFP