Da AFP
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, convidou nesta quarta-feira (21) os países da OEA a "unirem-se na preparação da cúpula mundial pela paz" em um vídeo transmitido durante a assembleia geral da organização que ocorre em Washington.
Há meses, a Ucrânia tem tentado aumentar o número de países que a apoiam em relação à Rússia, especialmente na América Latina, onde a maioria dos Estados condenou a operação russa, mas reluta em impor sanções a Moscou ou enviar armas para Kiev.
"No ano passado, apresentei a fórmula de paz da Ucrânia. Desde então, envolvemos dezenas de nações para trabalhar em sua implementação", disse Zelensky, que afirma que seu país se defende com armas e "a força da diplomacia".
"Também estamos preparando a cúpula da paz global", que determinará especificamente o papel de cada Estado nessa fórmula, explicou em referência ao encontro que está organizando para pôr fim à invasão russa da Ucrânia.
"Não, não há alternativa a isso", enfatizou, em um momento em que o Brasil e outros países, como China e Indonésia, tentam se posicionar como mediadores entre ucranianos e russos para encerrar a guerra.
"Os mísseis e a artilharia russa queimam nossas cidades e vilarejos, os crimes ambientais russos destroem a natureza de nosso país", portanto, "os ucranianos são os que melhor entendem o que precisa ser feito exatamente para restaurar a paz", embora sejam necessários "esforços coletivos", afirmou.
"Convido-os a trabalhar conosco e com todas as nações livres do mundo na implementação da fórmula da paz, e convido-os a se juntarem à preparação da cúpula mundial pela paz", afirmou o presidente ucraniano no vídeo.
Ele também agradeceu o "apoio" dos países por terem apoiado as resoluções da Assembleia Geral da ONU, assim como a organização, da qual a Rússia foi expulsa como observadora permanente em abril de 2022.
ACUSAÇÕES
O presidente acusou Moscou de cometer "crimes catastróficos de ecocídio" e citou como exemplo a destruição da represa hidrelétrica de Kakhovka, em uma área sob controle russo no rio Dnieper, que causou inundações que destruíram extensas áreas cultiváveis e obrigaram a evacuação de milhares de pessoas de cidades e vilarejos inundados.
"Quem deu a ordem na Rússia (...) sabia o que estava fazendo, sabia que regiões inteiras do nosso país ficariam sem água potável, sabia que milhares e milhares de hectares de terras férteis se tornariam desertos", afirmou ele.
"Não se pode proteger a paz sozinho, mas a guerra não pode vencer o desejo coletivo de paz. Que o seu poder se torne o poder da paz", concluiu Zelensky, que voltará a falar na sexta-feira, durante a quarta sessão plenária da 53ª Assembleia Geral da OEA.