O jovem Nahel, baleado na terça-feira por um policial, foi enterrado neste sábado (1º) nos subúrbios de Paris, após uma quarta noite de protestos e saques que abalaram a França, causaram preocupação pelo impacto econômico e obrigaram o presidente Emmanuel Macron a adiar uma visita à Alemanha.
As autoridades mobilizaram na quarta-feira (28) 9.000 agentes antidistúrbios, aumentaram o contingente para 40.000 na quinta-feira e para 45.000 no dia seguinte, e neste sábado anunciaram que manteriam o mesmo nível em previsão de outra noite agitada.
O funeral de Nahel, de 17 anos, foi realizado em Nanterre, município ao noroeste de Paris onde ele residia, sem presença de câmeras a pedido da família. Centenas de pessoas se reuniram em frente à funerária em uma mesquita e depois seguiram para o cemitério de Mont-Valérien para o enterro, relataram jornalistas da AFP.
"Foi uma cerimônia muito tranquila, recolhida e sem incidentes", disse uma testemunha à AFP, na presença da mãe e da avó do jovem.Os distúrbios na noite de sexta-feira e madrugada deste sábado foram de menor intensidade do que nos dias anteriores, embora tenham ocorrido de maneira significativa em Marselha e Lyon, segunda e terceira maiores cidades do país, respectivamente.
O Ministério do Interior informou 1.300 prisões e 79 policiais e gendarmes feridos, com cerca de cinquenta ataques a delegacias e uma dezena a quartéis da gendarmeria, uma força militar com funções de manutenção da ordem, principalmente em áreas rurais.
Os incidentes naquela noite resultaram em 1.350 veículos incendiados ou danificados e 1.234 edifícios incendiados, de acordo com o balanço oficial. Os distúrbios afetaram a vida social da França, com receios de que prejudiquem a temporada turística deste ano de 2023 e a apenas um ano dos Jogos Olímpicos de Paris-2024.