TECNOLOGIA

Meta quer IA a serviço da maior quantidade de pessoas

A gigante das redes sociais apresentou nesta semana chatbots dotados de personalidade que permitem criar imagens e texto, que interagem com usuários em linguagem comum

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AFP

Publicado em 01/10/2023 às 13:26 | Atualizado em 01/10/2023 às 13:36
Em novembro de 2022, duas semanas antes de o ChatGPT despertar a imaginação de dezenas de milhões de pessoas, a Meta lançou o próprio chatbot de IA generativa - JOSH EDELSON / AFP

"A maior parte da população mundial terá sua primeira experiência de inteligência artificial generativa conosco", afirmou Andrew Bosworth, diretor de tecnologia da Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp), atrasada em relação a seus vizinhos do Vale do Silício no que dis respeito a esta inovação tecnológica.

A gigante das redes sociais apresentou nesta semana chatbots dotados de personalidade que permitem criar imagens e texto, que interagem com usuários em linguagem comum. O anúncio da Meta aconteceu após meses de uma corrida frenética para desenvolver a próxima geração da Inteligência Artificial (IA).

Na liderança, estão a OpenAI - com o ChatGPT - e os grupos Google e Microsoft, que competem com ferramentas elaboradas para ajudar nas pesquisas online, na produtividade e, até mesmo, na educação dos filhos.

Mas a Meta não está atrasada, afirmou à AFP Andrew Bosworth, em uma entrevista durante o evento anual para desenvolvedores do grupo californiano.

"Há muitas ferramentas novas, como o Stable Diffusion para gerar imagens, ainda que exijam muito tempo e desenvolvimento", apontou o diretor, mais conhecido pelo apelido Boz.

"Queríamos que os resultados fossem geniais e rápidos, inclusive nos smartphones", quando os usuários criam miniaturas diretamente em suas mensagens, com comandos como "um ouriço de bicicleta" ou "feliz aniversário para um corredor de maratonas".

 

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Em novembro de 2022, duas semanas antes de o ChatGPT despertar a imaginação de dezenas de milhões de pessoas, a Meta lançou o próprio chatbot de IA generativa, especializado em pesquisas científicas.

Batizado de Galactica, ele conseguia "redigir artigos" e "resolver problemas matemáticos", mas, às vezes, inventava as respostas. A Meta o retirou rapidamente de circulação.

"Se dependesse só de mim, eu teria deixado", comentou Bosworth. "Alertamos que nosso chatbot era capaz de dizer qualquer coisa", e os usuários deveriam ter isso em mente.

Mas após anos de controvérsia a respeito da moderação dos conteúdos em suas plataformas, a dona do Facebook tem menos margem de manobra que os concorrentes ChatGPT, Bing (Microsoft) e Bard (Google).

As lições aprendidas com a Galactica ajudaram a Meta a aperfeiçoar o Llama 2, a segunda versão de seu modelo de linguagem, que desde o verão (inverno no Brasil) está disponível em código aberto.

Funcionário do Facebook desde 2006, em 2017 Boz criou o departamento que se tornaria o "Reality Labs", dedicado à realidade virtual e aumentada, e que passou ao primeiro plano no final de 2021, quando a empresa se tornou Meta para marcar sua guinada rumo ao metaverso.

A estratégia desencadeou provocações e críticas de analistas e observadores, pois os avanços não foram tão rápidos como se esperava.

Em sua apresentação de quarta-feira, a Meta deu destaque para a realidade "mista". Seus novos óculos conectados permitem aos usuários, por exemplo, divulgar ao vivo o que veem.

E o novo dispositivo Quest 3 - com um preço de 500 dólares (pouco mais de R$ 2500,00) - processa muito melhor as transições do ambiente físico para o mundo imersivo, por exemplo, para evitar que o usuário choque com seus móveis em uma partida de tênis virtual.

No entanto, as pessoas ainda não poderão ver os usuários do Quest olhos nos olhos. "Tentamos e o resultado pode ser bastante desagradável", explicou o diretor.

 

 

 

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