Os Estados Unidos condenaram, nesta quarta-feira (17), os ataques recentes do Irã em Paquistão, Iraque e Síria, que Teerã afirma ter realizado contra "grupos terroristas anti-iranianos".
"Condenamos esses ataques; vimos o Irã violar as fronteiras soberanas de três de seus vizinhos apenas nos últimos dois dias", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
O Paquistão chamou para consultas seu embaixador no Irã nesta quarta-feira e impediu que o representante diplomático de Teerã retornasse a Islamabad depois do ataque aéreo, que, segundo as autoridades paquistanesas, matou duas crianças no oeste do país.
O ataque ocorreu na terça-feira pela noite, depois de operações similares no Iraque e na Síria.
Em comunicado, o Paquistão garantiu que o ataque iraniano de terça à noite, perto da fronteira entre os dois países, é "completamente inaceitável e pode ter consequências graves".
Segundo a agência de notícias iraniana Mehrnews, o ataque "com mísseis e drones" foi dirigido contra os quartéis no Paquistão do grupo jihadista Jaish al Adl. Este grupo, formado em 2012, cometeu vários ataques no Irã nos últimos anos.
Segundo Teerã, os outros ataques com mísseis tiveram como alvo "quartéis-generais de espiões" e alvos "terroristas" na Síria e na região autônoma do Curdistão iraquiano.
Essas ações somam-se às múltiplas crises abertas no Oriente Médio, como a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas em Gaza, assim como os ataques dos rebeldes huthis do Iêmen no Mar Vermelho.
Em Washington, Miller criticou o fato de o Irã afirmar que é necessário "tomar essas medidas para lutar contra o terrorismo" quando, na realidade, a República Islâmica é "o principal financiador do terrorismo na região".