GUERRA

Aumenta a pressão internacional para que Israel e Hamas cheguem a uma trégua

Exército israelense anunciou, nesta terça-feira, a morte de três soldados em combates na Faixa de Gaza

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AFP

Publicado em 13/02/2024 às 16:54
Imagem de 25 de janeiro deste ano, no sul de Israel, na fronteira com a Faixa de Gaza, mostra edifícios no território palestino destruídos durante o bombardeio israelense, em meio às batalhas em curso entre Israel e o grupo militante Hamas - JACK GUEZ/AFP

A pressão internacional para alcançar um acordo de trégua entre Israel e o Hamas, que incluiria uma nova libertação de reféns, intensificou-se nesta terça-feira (13), apesar da ameaça de uma ofensiva israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde se refugiam mais de um milhão de palestinos.

O diretor da CIA, William Burns, o chefe do Mossad, David Barnes, e o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, reuniram-se com autoridades egípcias no Cairo nesta terça-feira "para discutir uma trégua em Gaza", informou a mídia local.

Segundo o Al-Qahera News, houve uma "reunião do quarteto", em meio à pressão internacional por uma trégua.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou recentemente ao seu exército que preparasse uma ofensiva na cidade de Rafah, perto da fronteira com o Egito.

Ali estão concentrados 1,4 milhão de palestinos, segundo a ONU, mais da metade da população total do território, a maioria deles pessoas que fugiram da guerra iniciada há quatro meses.

Netanyahu reiterou na segunda-feira a sua determinação em continuar a pressão militar "até a vitória completa" contra o Hamas, do qual Rafah é o "último reduto", e em libertar "todos os nossos reféns".

LIBERTAÇÃO DE REFÉNS E MAIS MORTES

Na segunda-feira, Israel libertou dois reféns israelenses-argentinos em Rafah durante uma operação noturna acompanhada de bombardeios que mataram uma centena de pessoas, segundo as autoridades do movimento islamista palestino, no poder em Gaza desde 2007.

O Exército israelense anunciou nesta terça-feira a morte de três soldados em combates na Faixa de Gaza, elevando para 232 o número de soldados israelenses mortos desde o início da sua operação terrestre, em 27 de outubro.

Nos últimos dias, o Exército concentrou as suas operações na cidade de Khan Yunis, alguns quilômetros a norte de Rafah, onde disse ter matado "30 terroristas".

ESTADOS UNIDOS

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, opõem-se a uma operação em grande escala e sem solução para os civis encurralados na fronteira fechada com o Egito, no extremo sul do território.

O presidente dos EUA, Joe Biden, exigiu na segunda-feira das forças israelenses um plano "credível" para salvar os civis "expostos e vulneráveis" em Rafah durante uma reunião na Casa Branca com o rei Abdullah II da Jordânia.

A China pediu nesta terça-feira a Israel que interrompa "o mais rápido possível" a sua operação militar em Rafah, para "evitar uma catástrofe humanitária ainda mais grave".

O chefe da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, reiterou nesta terça-feira que desmantelar esta agência, criticada pelo suposto envolvimento de alguns dos seus membros no ataque de 7 de outubro, seria "um desastre".

GUERRA INICIADA EM OUTUBRO

A guerra foi desencadeada em 7 de outubro por um ataque sem precedentes de comandos do Hamas no sul de Israel, que resultou na morte de mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

Em retaliação, o governo israelense prometeu "aniquilar" o Hamas, que considera uma organização "terrorista".

A ofensiva israelense deixou 28.473 mortos na Faixa de Gaza, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

Segundo Israel, permanecem em Gaza 130 reféns, dos quais 29 teriam morrido, das cerca de 250 pessoas raptadas em 7 de outubro. Uma trégua de uma semana em novembro permitiu a libertação de 105 reféns em troca de 240 palestinos detidos por Israel.

Confrontado com os receios internacionais de uma grande ofensiva militar, Netanyahu disse no domingo que Israel abriria uma "passagem segura" à população para fora de Rafah, sem especificar para qual destino.

"Onde? Na Lua?", respondeu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, em Bruxelas.

Nesta terça-feira, muitas famílias palestinas que já foram deslocadas várias vezes e temem ter de se deslocar novamente, começaram a desmontar as suas barracas em Rafah e a recolher os seus pertences.

"Fugimos para o norte sem nada, depois fomos para Khan Yunis sem nada", disse Ismail Joundiyah, um dos deslocados. "Desta vez, queremos estar prontos".

Cerca de 1,7 milhão de pessoas, segundo a ONU, de um total de 2,4 milhões de habitantes, fugiram das suas casas desde 7 de outubro no território palestino, sitiado por Israel e atolado em uma grande crise humanitária.

Rafah, hoje um acampamento gigantesco, é a principal porta de entrada da ajuda humanitária, insuficiente para satisfazer as necessidades da população que vive em "condições próximas da fome", segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

 

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